Crueldade sem limites

Dono de asilo é preso por estuprar idosas em Pinhais

O dono de asilo que funcionava há 13 anos em Pinhais está preso, acusado de estuprar duas idosas, de mais de 70 anos. Uma das vítimas andava em cadeiras de rodas; a outra mal levantava da cama sem ajuda. Juvenal José de Freitas, 52 anos, pode ter feito outras vítimas, de acordo com o delegado Marcelo Magalhães. A denúncia foi formalizada pelo Ministério Público e Juvenal foi preso em 18 de novembro, mas o caso só foi divulgado na quinta-feira (30), porque o acusado precisava ser transferido para carceragem de presos que cometeram violência sexual.

A casa de repouso Belo Lar JL, da qual Juvenal era proprietário, funciona na rua Rio Paranapanema, no Weissópolis, e atende de 20 a 30 idosos. Segundo o delegado, se for condenado, ele pode pegar até 30 anos de prisão. O Ministério Público ingressou com ação civil pública e o asilo corre o risco de ser fechado.

Acesso

Juvenal morava com a mulher no andar de cima do asilo. Segundo Marcelo, o quarto dela tinha acesso direto a onde ficavam os velhinhos. “Durante a noite ele dispensava os funcionários”, diz Marcelo. Segundo o delegado, testemunhas disseram que Juvenal cometia violência sexual com idosas há tempos, mas as vítimas já estão mortas.

A primeira vítima de Juvenal foi descoberta durante o banho, no fim do ano passado. A enfermeira percebeu que a idosa, que tem metade do corpo paralisado por conta de acidente vascular cerebral, se comportava de forma diferente da usual. Depois de muita conversa, ela contou que tinha sido violentada por Juvenal durante a madrugada. “Ele a forçou a fazer sexo anal. Tinha várias lesões, marcas nos braços e nas pernas, porque tentou reagir”, afirma Marcelo. Outra interna também relatou à polícia que foi estuprada por Juvenal.

Inocência

O dono do asilo negou as acusações. Ele disse que, quando a vítima foi levada ao hospital para fazer exames, estava viajando e não ficou sabendo de nada. “Não vou fazer uma coisa daquelas. Eu era o responsável, mas tinha mais gente trabalhando, nutricionista, cozinheira. Eu quase não ficava lá”, afirmou. O Paraná Online tentou conversar com a mulher de Juvenal, mas ela não quis dar entrevista. De acordo com o delegado, ela não tem feito visitas ao marido, na delegacia, e foi denunciada por omissão.

Funcionários da casa de repouso declararam à polícia que Juvenal era violento, autoritário e teria assediado empregadas.

Porém, uma funcionária que trabalha há três meses na Belo Lar disse que nunca soube de nenhuma situação de violência com os idosos. Outra mulher que trabalha no local há um ano e quatro meses afirmou que Juvenal é respeitoso. “Nunca mexeu comigo, sempre me tratou bem”.