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Defensores da Aldeia Maracanã afirmam que luta continua

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A luta continua. Assim definem os defensores da permanência dos indígenas no terreno do antigo Museu do Índio, no entono do Complexo do Maracanã, que se reuniram neste sábado (2) na Aldeia Maracanã para mais um ato de apoio aos índios. Além de representantes da chamada sociedade civil também compareceram o deputado federal Marcelo Freixo (Psol) e o vereador do Rio Renato Cinco.

No último dia 28 de janeiro, o governo estadual desistiu de demolir o prédio do museu e garantiu a preservação do imóvel. No entanto, o governador Sérgio Cabral, que classifica os indígenas, que ali estão desde 2006, como “invasores”, já afirmou ser contra os índios no local.

“O debate agora é em torno da permanência dos índios no local. O destino do prédio só pode ser pensado junto com o destino dos índios, e esse futuro é tão importante como a não demolição do imóvel. Não só pela ocupação de 2006, mas pela história do imóvel”, argumentou Freixo.

O prédio é datado de 1862. Nele, o Marechal Rondon comandou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Ali foi desenhado o Parque Nacional do Xingu criado no início dos anos 60. Depois o SPI deu origem à Fundação Nacional do Índio (Funai). O prédio também abrigou a primeira sede do Museu do Índio, fundando por Darcy Ribeiro, e posteriormente foi transferido para Botafogo, na Zona Sul.

Ainda de acordo com Freixo, “o governo seria muito mais inteligente se abrisse o diálogo com a sociedade civil, até porque ele já perdeu para a opinião pública”.

Para o vereador do Rio Renato Cinco, “toda luta para evitar o projeto privatista do governo estadual é bem vinda”.

O cacique da Aldeia Maracanã, Carlos Tukano, comemora o fato de o governador Cabral desistir da demolição. No entanto, ele afirma que, no dia-a-dia da tribo, os indígenas ainda se sentem ameaçados.

“Não podemos descartar a hipótese de o governador mudar de ideia e venha invadir a aldeia, como já fez uma vez, quando convocou o Batalhão de Choque para cercar a aldeia armados”, lembra Tukano, em referência ao último dia 12 de janeiro, quando os policiais cercaram a aldeia.

*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil