A Organização Mundial de Saúde (OMS) foi nesta segunda-feira (16) na direção contrária do que ocorreu no Brasil no domingo, e recomendou que as pessoas não participem de manifestações e outros eventos de massa, para evitar a transmissão do novo coronavírus, que já matou milhares de pessoas.
Indagado especificamente sobre o comportamento do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por um jornalista brasileiro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deixou que a chefe clínica da entidade, Maria Van Kerkhove, respondesse. Logo depois, pediu o comprometimento político “no mais alto nível” em geral para combater o vírus.
Na resposta, Maria Van Kerkhove observou que é preciso que tudo seja feito para a transmissão ser reduzida, e que uma das formas é evitar eventos de massa. Observou que é importante que as pessoas não participem dessas manifestações, para evitar a possibilidade de transmissão do vírus — recomendação na direção oposta da atitude de Bolsonaro.
Em afirmações anteriores no briefing à imprensa, hoje à tarde, o diretor-geral da OMS afirmou que “as medidas de distanciamento social podem ajudar a reduzir a transmissão de covid-19” e que lavar as mãos, por exemplo, pode reduzir o risco para a pessoa e os outros.
Tedros recomendou mais uma vez não só o distanciamento social, que o presidente brasileiro atropelou, mas também que os países façam testes sobre todo caso suspeito, o que ele considera um pilar central contra a transmissão do vírus.
O diretor-geral da OMS destacou a rápida escalada de novos casos, como também a rápida escalada em medidas de distanciamento social (cancelamento de aulas, fechamento de bares, trabalho em casa etc.), mas notou que não viu a mesma rapidez na realização dos testes.
Para a OMS, os países têm que adotar uma abordagem ampla para quebrar a cadeia de transmissão do vírus e salvar vidas. Ou seja, é preciso “testar, testar e testar” e isolar os suspeitos.