Curso Racismo e esporte - Aula 1 - Racismo: o mal-estar civilizatório do nosso tempo

Curso Racismo e esporte

O Museu do Futebol apresenta a exposição temporária Pelé 80 - O Rei do Futebol, homenageando o negro brasileiro mais conhecido no mundo. Na última semana, no calor das comemorações do aniversário do Rei, voltou à cena uma das polêmicas mais caras à sua carreira: como ele se posicionou (ou deixou de se posicionar) em relação ao racismo. Como negro bem sucedido em sua carreira esportiva, reconhecido mundialmente, Pelé foi (e ainda é) cobrado por não ter atuado para derrubar estruturas e barreiras racistas dentro e fora do esporte. Como poderíamos compreender melhor as atitudes do Rei Pelé ao longo do século XX no Brasil? Você sabe, afinal, o que é racismo e porque esse tema está cada vez mais debatido no nosso dia-a-dia?

O racismo estrutural, nos termos amplamente divulgados pelo filósofo e jurista Silvio Almeida, instituiu aos brancos uma posição privilegiada não só de poder, como naturalizou - tornou “normal” - uma série de atitudes e comportamentos que inferiorizam ou negam a existência, as identidades e as histórias das pessoas negras. Hoje, felizmente, o debate ampliou e essa estrutura e atitudes estão cada vez mais contestadas e, principalmente, não mais aceitas por grupos negros e brancos - daí a chamada para uma luta antirracista. Ainda há muito o que ser debatido, compreendido e, sobretudo, mudado no modo como construímos nossas relações no dia-a-dia. O curso é para quem quer conhecer melhor a história para escrever novas possibilidades de futuro.

Organizado em 3 aulas, o curso visa apresentar, nas duas primeiras um panorama sobre o racismo no Brasil: como ele se constitui enquanto estrutura que fundou nossa sociedade, desde o período colonial, do ponto de vista jurídico, comportamental, cultural e simbólico. A última aula trará foco nos esportes: como manifestações de nossa sociedade a prática esportiva não está imune ao racismo, ainda que tenhamos nos acostumados a ver negros bem sucedidos nesse campo. Pelé, pelo simbolismo que representa mundialmente, é um dos casos bons para pensar o quanto o futebol no Brasil - que durante décadas acomodou o discurso da “democracia racial” - é um espelho da estrutura racista que impera no país.

O evento acontece nesta terça-feira, 03/10, a partir das 10h, no nosso canal do YouTube.

Aqui vai o link direto: https://www.youtube.com/watch?v=YKjDUNoPj2c

Dia 03/11 – Racismo: o mal-estar civilizatório do nosso tempo

Amailton Magno Azevedo - Prof. Dr. do Programa de Estudos Pós Graduados em História e do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). 

Seria o racismo o mal-estar civilizatório do nosso tempo? Seria o racismo  brasileiro semelhante ou diferente do norte americano? Quais seus antecedentes históricos? Haveria formas de superação do racismo? Pretende-se com essas questões abordar o racismo anti-negro no Brasil e seus desdobramentos no futebol.