Maioria dos gastos dos parlamentares está relacionada a passagens aéreas, combustíveis e ações de gabinete
Maioria dos gastos dos parlamentares está relacionada a passagens aéreas, combustíveis e ações de gabinete | Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

De acordo com os dados abertos da Câmara dos Deputados disponíveis no site da Casa, os deputados federais do Paraná que não foram reeleitos em 2018 deixaram para 2019 um montante de R$ 479.771,27 em despesas reembolsadas com a cota parlamentar. Já os quatro deputados federais da região de Londrina eleitos no ano passado, Luisa Canziani (PTB), Emerson Petriv, o Boca Aberta (PROS), Diego Garcia (PODE) e Filipe Barros (PSL), juntos, solicitaram o reembolso de cerca de R$ 112 mil.

Os deputados federais paranaenses não reeleitos no ano passado são Alex Canziani (PTB), Alfredo Kaefer (PP), Delegado Francischini (PSL), Dilceu Sperafico (PP), Edmar Arruda (PSD), João Arruda (MDB), Leopoldo Meyer (PSB), Luiz Carlos Hauly (PSDB), Nelson Meurer (PP), Osmar Bertoldi (DEM), Osmar Serraglio (PP), Rossoni (PSDB), Sandro Alex (PSD) e Takayama (PSC). No entanto, os mandatos tiveram fim somente no dia 1º de fevereiro de 2019, fazendo com que as despesas finais fossem lançadas ao longo do primeiro quadrimestre.

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Da região de Londrina, Alex Canziani e Luiz Carlos Hauly lançaram despesas que somam R$ 22.243,55 e R$ 17.318,04, respectivamente em 2019.

No caso de Canziani, foram R$ 3.165,91 em passagens aéreas e R$ 4.024,44 em contas de telefone, serviços postais e transporte com táxi, pedágio e estacionamento. Além de R$ 5.285,88 com combustíveis e R$ 7.045,11 com a manutenção do escritório de apoio à atividade parlamentar. Sobre os R$ 3.720,24 gastos com telefone, Canziani justificou que alguns colaboradores utilizavam celulares funcionais.

FISCALIZAÇÃO

Na avaliação do ex-deputado, alguns parlamentares têm “maneirado” com o envio de cartas aos eleitores, por exemplo. À reportagem da FOLHA a assessoria do ex-deputado informou que restaram R$ 15.428,65 em recursos que poderiam ter sido utilizados pelo então parlamentar.

Questionado se avalia como suficiente a fiscalização realizada pela própria Câmara sobre os gastos com a cota, o ex-deputado disse que sim, especialmente se somadas a outras iniciativas. “Fora a Câmara hoje existem várias organizações que acompanham isso também, entidades que colocam robôs para buscar despesas fora da média, coisas diferentes, fim de semana fora da atividade parlamentar etc”, lembrou.

Já Luiz Carlos Hauly gastou R$ 6.222,89 em passagens aéreas, R$ 5.425,20 para custear despesas com serviços postais e telefonia, R$ 800,95 para combustíveis e lubrificantes e R$ 4.869,00 para a manutenção do escritório de apoio. “Depende muito do parlamentar, o que trabalha e produz tem mais gastos, mais despesas, outros é só pra trocar notas mesmo”, lamentou o tucano, que atuou no Congresso por quase 30 anos.

A reportagem o questionou se ele é favorável a regras mais rígidas, e Hauly avaliou que nos últimos anos a Câmara já tem economizado de forma geral.

“Bom, eu acho que já está há cinco anos sem aumento salarial no parlamento brasileiro, a Câmara e o Senado, nem nas cotas. Então ela já está sendo congelada, muitas coisas já foram cortadas, cargos em comissão. Nestes últimos quatro anos mais 2019 vai dar mais de 25% de cortes já”, afirmou.

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