[ZYX2, 1.340 KHz, Rádio Arapuan de João Pessoa] - Foi fundada em 15 de agosto de 1950, pelo radialista Orlando Vasconcelos. De início, ...

Enterrada sem velório

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[ZYX2, 1.340 KHz, Rádio Arapuan de João Pessoa] - Foi fundada em 15 de agosto de 1950, pelo radialista Orlando Vasconcelos. De início, a emissora funcionou em um casarão da Rua Duque de Caxias, no trecho entre a Igreja da Misericórdia e o Ponto de Cem Réis. Depois foi para a Avenida Guedes Pereira, mais precisamente no Edifício Caldas - um prédio com térreo e dois pavimentos superiores que ainda existe. Não me lembro, porém, do número do imóvel. Sei que fica no trecho entre as Ruas Tenente Retumba e Desembargador Feitosa Ventura (lateral do prédio-sede dos antigos Correios).

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No térreo, os Armazéns Guarany (loja de tecidos); em cima, a Rádio Arapuan AM. O acesso era por uma escadaria na lateral direita da loja de tecidos. No final dos anos de 1950, foi adquirida pelo multiempresário e político Renato Ribeiro Coutinho, o "Comendador Renato", biografado em livro pelo escritor Evandro da Nóbrega, que aproveitou a pesquisa para realizar uma autêntica história da família eminentemente paraibana dos Ribeiro Coutinho.

O termo "Arapuan" é outra forma de escrever "arapuã" (mais exatamente, "arapuá"), uma variedade de abelha. A rádio adotou dois slogans:
Conny Jef
“Se a Arapuan não deu, o público não sabe o que aconteceu" e depois “A Emissora do Bom Gosto". Até hoje a Arapuan AM é considerada a "Globo de João Pessoa". Era de fato a melhor emissora de rádio da Paraíba, detentora de enorme audiência e possuidora de um arquivo de áudio que registrava importantes momentos da vida paraibana.

Depois de funcionar na Avenida Guedes Pereira, voltou para a Rua Duque de Caxias (no trecho entre a Livraria do Estudante, de Nolo Pereira, e A Britânia, loja da viúva Said Abel). De lá se mudou para a Avenida Almirante Barroso (entre a Princesa Isabel e a Lagoa) e, finalmente, para a Rua das Trincheiras, onde ocupava dois casarões (já demolidos), fazendo esquina com a Rua Alice Azevedo.

No final dos anos de 1970, seu controle foi assumido pelos irmãos Milton e Antônio Cabral. Na década de 1980, exatamente no segundo semestre de 1987, foi negociada com o Sistema Correio de Comunicação. Os novos proprietários trataram logo de mudar o seu "nome de fantasia", marca forte no meio radiofônico, embora mantendo o tradicional prefixo – 1.340 KHz. Ou seja, a rádio foi “enterrada sem velório” (expressão usada em protesto da época).

Ao longo de sua história, além de Orlando Vasconcelos, a Arapuan AM teve dois grandes executivos: os jornalistas Otinaldo Lourenço e Aluísio Moura, todos já falecidos.

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Já a Arapuan FM, outra emissora do mesmo grupo, bem mais nova, inaugurada na primeira metade dos anos 1980, na gestão Aluísio Moura, foi inicialmente vendida ao empresário pernambucano Francisco Alberto, depois passou por outra mão, até chegar ao controle do empresário João Gregório, passando a integrar o Sistema Arapuan, como está até hoje.

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  1. Tive o prazer de passar meus três primeiros anos de rádio profissional na querida emissora do Bom Gosto, ao lado de Otinaldo, Zé Octávio, Archimedes, Cavalcanti, Nauda de Abreu, Vandal Dionísio, Enock Pelágio. Não era apenas uma Rádio...era uma escola!

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  2. Em 1984, quando estava no segundo ano de jornalismo na UFPb, fui a Arapuan com Germano Barbosa tentar acompanhar a gravação da FM, cuja programação no início era feia com locutores de Recife. Conheci Petrônio Souto que me deu a primeira oportunidade de falar em microfone. Era um programa político, apresentado por Antônio Malvino e Jota Junior. Foi o início de minha carreira. Saudade daquele tempo de descoberta e aprendizado. Minha eterna gratidão ao Petrônio Souto e a Arapuan.

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