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23/11/09 - 15h49 - Atualizado em 23/11/09 - 17h32

Ao lado de Ahmadinejad, Lula defende direito do Irã a programa nuclear pacífico

Lula disse, porém, que sonha com Oriente Médio sem armas nucleares.
Iraniano, por sua vez, defendeu Brasil no Conselho de Segurança da ONU.

Robson Bonin e Jeferson Ribeiro Do G1, em Brasília

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (23), durante encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que reconhece o direito do país de executar seu plano nuclear para fins pacíficos e afirmou que o “Brasil sonha com um Oriente Médio” livre de armas do gênero.

 

"Reconhecemos o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos e com respeito aos acordos internacionais e esse é o caminho que o Brasil vem trilhando. Não proliferação e desarmamento nuclear devem andar juntos. O Brasil sonha com um Oriente Médio livre de armas nucleares, como ocorre na América Latina", disse Lula.

 

Segundo Lula, "o Brasil encoraja assim vossa excelência a continuar o engajamento com países interessados de modo a encontrar uma solução justa e equilibrada para a questão nuclear iraniana". Contudo, o presidente negou que tenha interferido a favor do Irã nas negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o programa nuclear do país.

 

"O Brasil não insiste. O Brasil tem um modelo de desenvolvimento de energia nuclear reconhecido pela ONU e pela agência que cuida da questão nuclear e conhecemos a polêmica pelo mesmo desenvolvimento no Irã. O que nós temos defendido há muito tempo é que o Irã possa produzir urânio para desenvolvimento de energia tanto quanto o Brasil tem feito, argumentou", disse.

 

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    Reconhecemos o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos e com respeito aos acordos internacionais e esse é o caminho que o Brasil vem trilhando. Não proliferação e desarmamento nuclear devem andar juntos. O Brasil sonha com um Oriente Médio livre de armas nucleares, como ocorre na América Latina "

Ahmadinejad defendeu o programa nuclear iraniano. Segundo ele, seu país têm condições de enriquecer o urânio a 20%, mas que aceita comprar de outros países para evitar a polêmica, desde que as condições do comprador sejam respeitadas.

 

Ele reclamou que seu país está sendo ameaçado de todos os jeitos, inclusive militarmente, e que espera que a postura do presidente Lula ajude os demais países do ocidente a mudar de posição. 

Conselho de Segurança

Ahmadinejad também disse apoiar uma candidatura do Brasil a um posto permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mesmo afirmando que espera uma reforma que leve o órgão a evitar que seus membros tenham poder de veto.

 

“Precisamos elaborar um novo plano, um novo modelo, para gerenciar o futuro do mundo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve passar por mudanças fundamentais. O conselho fracassou nos últimos 60 anos. Falhou devidamente ao poder de veto, que está restrito a um monopólio de um número restrito de países”, disse o presidente iraniano.

 

 

Referindo-se a Lula como "bom amigo", o presidente do Irã manifestou gratidão ao presidente brasileiro pela acolhida e lembrou os desafios dos dois países em relação às mudanças em curso no mundo. "Brasil e Irã são dois países importantes e atuam em duas regiões bastante sensíveis do mundo. O mundo hoje enfrenta desafios de dimensões formidáveis. Tem havido um crescente ceticismo, falácias, e também vemos a continuidade de políticas por nações que desejam manter e continuar seu domínio no mundo", discursou o presidente iraniano. 


Precisamos elaborar um novo plano, um novo modelo, para gerenciar o futuro do mundo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve passar por mudanças fundamentais. O conselho fracassou nos últimos 60 anos. Falhou devidamente ao poder de veto, que está restrito a um monopólio de um número restrito de países

Ahmadinejad defendeu a parceria entre Brasil e Irã para construir um "mundo sem guerras". "Um mundo distante da hostilidade, um mundo onde não haja ocupações nem guerras, um mundo distanciado da injustiça, um mundo repleto de paz, amizade, fraternidade entre nas nações do mundo." 

 

Ahmadinejad se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Itamaraty, em Brasília, por volta de 12h30, para a assinatura de acordos comerciais e diplomáticos com o Brasil.

 

Desde 2008, os dois presidentes já se encontraram em duas oportunidades. A primeira foi no Equador e a segunda, nos Estados Unidos. Esse é o terceiro encontro entre Lula e Ahmadinejad. O iraniano também tem encontro marcado nesta segunda com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP). 
 

Ahmadinejad chegou a Brasília na manhã desta segunda-feira (23) em sua primeira visita oficial ao Brasil. Cerca de cem manifestantes favoráveis e contrários à presença do presidente iraniano no país realizaram um protesto na Esplanada dos Ministérios. Uma das pistas que dão acesso à Praça dos Três Poderes chegou a ter o trânsito interrompido momentos antes da chegada de Ahmadinejad.

  

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, à esquerda de Lula, em cerimônia no Itamaraty nesta segunda-feira (23) (Foto: Reprodução/Globo News)

Acordos

Os dois presidentes assinaram três acordos. Um para aumentar a cooperação comercial entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Câmara de Comércio e Indústria do Irã, outro na esfera diplomática, que suprime a exigência de visto para passaportes diplomáticos, e mais um para estimular as trocas culturais entre as duas nações.

Também foram assinados memorandos de cooperação e entendimento nas áreas de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Comércio Exterior e entre os bancos centrais dos dois países. Irã e Brasil também firmaram um convênio na área da agricultura entre a Embrapa e a Organização para Pesquisa e Educação e Extensão Agrícola do Irã.

 

Lula disse que o Brasil vai fazer uma parceria com o Irã em projetos de energia elétrica. Além disso, disse que levará ao Irã “a experiência brasileira de veículos movidos a gás e etanol”. De acordo com o presidente, membros do governo vão ao Irã para avaliar oportunidades de negócios.

 

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