Poesia e peixe

Poesia e peixe

A editora Bestiário acaba de lançar um formato propício para a apresentação de poesia: o plaquete, um livro de pequena espessura, com 40 páginas

Luciana Vicente

Escritor Diego Petrarca lança obra de poema

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Neste Dia Mundial da Poesia, 21 de março, a leitura do gênero, com certeza, irá trazer um pouco de alento neste momento tão difícil da pandemia. A editora porto-alegrense Bestiário acaba de lançar um formato propício para a apresentação de poesia: o plaquete, um livro de pequena espessura, com 40 páginas. As primeiras publicações são “Melhor é ser um peixe”, de Diego Petrarca, e “Outros vanguares”, de Machado Bantu.

Petrarca detalha que o plaquete tem baixo custo e apresenta um trabalho gráfico caprichado. “Esse formato (14 x 21 cm) vem do simbolismo francês e aqui em Porto Alegre tivemos, por exemplo, o poeta simbolista Eduardo Guimaraens que publicou nesse formato em 1917.” No livro de Petrarca, o peixe é o alter ego do escritor, capaz de mergulhar e morar no fundo mar. “Como se não bastasse a realidade, como se ela não desse conta das potencialidades de um ser sensível e precisasse do mar, e o peixe é esse porta voz”, conta. Ele também pontua que os poemas têm um ponto de partida na relação com a água. E partir daí desdobramentos de reflexão, amparo e também autodefesa.

Para o escritor, a água aparece como residência e proteção. “A água como significante que projeta o desejo, memória, inconsciente e intuição: um peixe personagem que afirma sua necessidade de existir, de algum modo, entre as águas, tendo a água sempre como destino.” A voz de um peixe metaforizado capaz de comunicar de modo legitimo uma gama de sensações. Os textos de Petrarca são recentes e foram elaborados da metade do ano passado até o momento. Na escrita, revela que busca uma linguagem menos rebuscada para a prática poética, com o uso de palavras simples e diretas, mas não menos carregadas de ressignificados.

Petrarca é professor de literatura e ministra oficinas literárias em Porto Alegre. Mestre em Teoria Literária Escrita Criativa, publicou seu primeiro livro de poemas em 2002, chamado “Banda”. Desde então, ele regularmente publica. O seu último é “Carnaval Subjetivo” (Bestiário/2018).


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