Política

Bolsonaro cobra reabertura econômica: “Houve um excesso de preocupação”

O presidente se posicionou pela liberação das atividades em estados e municípios e elogiou a gestão de Pazuello: ‘nunca vista na história’

Créditos: Reprodução / Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir a retomada das atividades econômicas do País em meio à pandemia do coronavírus. “Faço um apelo aí aos governadores e prefeitos que comecem a abrir o mercado. Lamentamos as mortes, mas o objetivo de fechar era que as pessoas contaminadas fossem atendidas. Temos notícias que hospitais têm sobras de leitos”, declarou o presidente, sem citar as unidades de quais estados se referia.

“Não podemos ter aquele pavor de lá de trás, houve um excesso de preocupação”, emendou, ao novamente supor que 70% da população brasileira deve se contaminar com a covid-19.

A declaração do presidente ocorre em um momento em que o País acelera a sua curva de contaminações e número de mortos. Até esta quinta-feira, o Brasil tem 54.971 mortos pelo coronavírus e 1.228.114 milhão de casos confirmados.

A aceleração também se mostra nos dados de acordo com a 25ª semana epidemiológica, medida de 14 a 20 de junho. No período, houve o maior registro de número de mortos no País, 7256, bem como do número de casos, 217,065.

O aumento acontece no momento em que estados brasileiros avançam no afrouxamento de suas medidas de isolamento. O estado de São Paulo, por exemplo, que planeja avançar com a reabertura de lanchonetes, bares e salões de beleza, na chamada fase 3, bateu novo recorde de casos pelo segundo dia consecutivo. Foram 9.765 registros nas últimas 24 horas, e um total de 248.587 casos. O estado deixou para trás a Espanha, um dos países mais afetados na Europa pela pandemia, e que teve total de 247.086 pessoas contaminadas.

A realidade de vagas em hospitais também não é comum a todo o País. Na terça-feira 23, a taxa de ocupação de UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais chegou a 90,66%, índice mais alto já registrado durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Ainda durante a transmissão, o presidente disse que vem sendo cobrado para nomear um médico como ministro da Saúde. Desde a saída de Nelson Teich, o cargo vem sendo ocupado interinamente pelo general Eduardo Pazuello. “Pazuello está indo muito bem, a parte de gestão está muito bem, coisa nunca vista na história”, disse. No dia 16 de maio, quando Pazuello assumiu a pasta, o País tinha um total de 233.142 casos confirmados; são mais de 900 mil casos a mais. Também na data, os mortos eram 15.633; são mais de 39 mil vítimas fatais a mais.

No início da transmissão, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, tocou Ave Maria em uma sanfona para homenagear as vítimas do coronavírus.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo