Por G1

Assista à íntegra da entrevista de Alvaro Dias (Podemos) ao G1 e à CBN

Assista à íntegra da entrevista de Alvaro Dias (Podemos) ao G1 e à CBN

Alvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência, disse em entrevista ao G1 e à CBN, nesta quinta-feira (20), que voto útil é "assinar atestado de burrice". "Isso deseduca o cidadão. Sou favorável ao voto facultativo. [...] Me perdoem os defensores do voto útil. É assinar um atestado de burrice, é óbvio que o eleitor tem que escolher o melhor, e não o menos pior para evitar o péssimo", afirmou.

Ao questionar o candidato sobre o voto útil, os jornalistas lembraram que alguns adversários, como Geraldo Alckmin (PSDB), falam em suas propagandas com eleitores de partidos como o Podemos. Hoje Alvaro Dias tem 3% das intenções de voto, segundo a pesquisa Datafolha. Para Dias, o eleitor ainda não decidiu o voto, o que só deve ocorrer na última semana de campanha: "Falta informação".

Dias afirmou que há "contradição" entre as pesquisas qualitativas e quantitativas, porque o eleitor é contrário à corrupção, mas até pouco tempo atrás colocava em primeiro lugar um candidato que está preso e, em seguida, outro que "nunca abriu mão de privilégios".

Sem citar nomes, o candidato disse que, por falta de informação, o voto anti-PT é de "outro candidato, que estava lá segurando a placa do Lula no plenário do Congresso esse tempo todo, que estava nos partidos aliados à sombra do poder. Nunca fazendo oposição. Nunca combatendo corrupção nesses anos todos".

Parte 1: Alvaro Dias fala sobre pesquisa eleitoral e voto útil

Parte 1: Alvaro Dias fala sobre pesquisa eleitoral e voto útil

Álvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

Alvaro Dias foi o 11º e último presidenciável a participar da série de entrevistas do G1 e da CBN com os candidatos. Eles foram entrevistados pelos jornalistas Cláudia Croitor e Renato Franzini, do G1, Milton Jung e Débora Freitas, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.

No dia 3, o deputado Cabo Daciolo, candidato a presidente pelo Patriota, não compareceu à entrevista marcada na rádio CBN, em São Paulo. Jair Bolsonaro, do PSL, não pôde comparecer ao estúdio da CBN no dia 12, onde ocorreria a entrevista, porque continua internado em um hospital se recuperando de um atentado.

Alvaro Dias é formado em história pela Universidade Estadual de Londrina. Foi eleito para seu primeiro cargo público em 1968, como vereador de Londrina. Ao longo de quase 50 anos de vida política, Alvaro Dias foi vereador, deputado estadual, deputado federal, governador do Paraná e senador. Atualmente está no quarto mandato como senador, que termina em 2022.

Trocas de partido e coligação com PSC

Alvaro Dias fala sobre saída do PSDB e coligação com o PSC

Alvaro Dias fala sobre saída do PSDB e coligação com o PSC

O candidato também falou por que trocou oito vezes de partido ao longo da sua carreira política. "Eu mudei várias vezes de siglas, esse foi o meu itinerário, o itinerário de um contestador, de um rebelde de alguém que é inquieto, inconformado, revoltado com o sistema vigente", disse Alvaro Dias. Ele afirmou que fez as trocas para não "mudar as convicções".

Ele foi questionado sobre coligação com o PSC, um partido cujo presidente, o Pastor Everaldo, foi acusado de envolvimento na Lava Jato. Segundo delação da Odebrecht, o pastor recebeu R$ 6 milhões, em forma de caixa dois, para favorecer o então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante debate eleitoral em 2014. Na época da denúncia, Everaldo negou que tenha atuado para atender pedidos da Odebrecht. Ele negou também ter recebido qualquer doação ilegal.

Dias respondeu que, no "campo da ética, cada um responde por si". "Não houve julgamento, houve uma delação, não houve julgamento. É evidente que um partido político traz para a coligação um pouco do seu tempo de televisão, e é isso que se busca quando se faz uma coligação. Mas, em relação à questão ética, não há a transferência de responsabilidade."

Imposto de Renda

Alvaro Dias fala sobre imposto de renda

Alvaro Dias fala sobre imposto de renda

Alvaro Dias também falou sobre suas propostas em relação à carga tributária. "A reforma tributária tem que ser simplificadora. E nós temos que tributar mais na renda e menos no consumo. Aí vamos eliminar seis impostos." Segundo ele, a tributação maior sobre o consumo penaliza os mais pobres.

Dias prometeu ainda isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês. "São oito milhões de brasileiros, isso significará uma redução no caixa de governo de R$ 1,5 bilhão. Mas que terá compensação com receita maior para o Estado brasileiro." Sobre aumento da receita, Dias citou o corte de isenções de impostos, por exemplo, para planos de saúde.

Pinga-fogo

Alvaro Dias responde a perguntas do 'pinga-fogo'

Alvaro Dias responde a perguntas do 'pinga-fogo'

Álvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

É a favor da prisão após condenação em segunda instância?

Sou autor de um projeto que legitima constitucionalmente ou que coloca na constituição a prisão em segunda instância exatamente para evitar esse debate.

Vai limitar a entrada de venezuelanos?

Olha, primeiramente combateria o regime venezuelano. Eu seria implacável contra essa ditadura corrupta, sanguinária e violenta que esmaga o seu povo na pobreza. Agora, eu tenho que ser humano, então é claro que eu acolheria com humanidade e espírito cristão aqueles que foram expulsos de lá.

Vai manter o Mais Médicos?

Vou substituir por uma carreira típica de estado de médico federal para atender nessas localidades distantes. Não vamos mandar dinheiro para Cuba.

É a favor das cotas nos concursos públicos?

Sou a favor de cotas para área social.

Vai instituir mensalidades nas universidades federais?

Eu fui responsável pela gratuidade do ensino nas universidades federais do Paraná.

Vai rever o teto de gastos?

O teto de gastos explodiu, nós vamos aplicar um limitador emergencial de despesas.

Vai manter o subsídio ao diesel?

O subsídio ao diesel será discutido em outro parâmetro. Com a reforma tributária, nós vamos reduzir a carga tributária, com isso nós vamos reduzir o preço dos produtos dos preços consumidos, inclusive o diesel.

É favorável à taxação de igrejas?

Não.

É a favor da união civil de pessoas do mesmo sexo?

O Supremo Tribunal Federal já consagrou a jurisprudência e eu apoio.

É a favor da intervenção militar na segurança nos estados, como aconteceu no Rio de Janeiro?

Não, é incompetência. É a confissão de impotência e de incompetência. O Exército não existe para isso.

Assista abaixo a outros trechos da entrevista de Alvaro Dias:

Alvaro Dias fala sobre presidenciáveis na mídia e voto útil

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Alvaro Dias fala sobre educação e acesso a creches e a universidades

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Alvaro Dias fala sobre déficit primário, desonerações e apoio no Congresso

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Alvaro Dias fala sobre homicídios, violência contra mulher e penitenciárias

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Álvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

Entrevistas com presidenciáveis

Todas as entrevistas com os candidatos à Presidência foram transmitidas simultaneamente pelo G1 e pela CBN, das 8h às 9h, e contaram com perguntas de leitores do portal e ouvintes da rádio.

A ordem das entrevistas, definida em sorteio, foi:

3/9 – Cabo Daciolo (Patriota) – Não compareceu

4/9 – Geraldo Alckmin (PSDB)

5/9 – João Amoêdo (Novo)

6/9 – José Maria Eymael (DC)

10/9 – Henrique Meirelles (MDB)

11/9 – Vera Lúcia (PSTU)

13/9 – Marina Silva (Rede)

14/9 – João Goulart Filho (PPL)

17/9 – Guilherme Boulos (PSOL)

18/9 – Fernando Haddad (PT) - Lula teve a candidatura indeferida pelo TSE

19/9 – Ciro Gomes (PDT)

20/9 – Alvaro Dias (Podemos)

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