Por Fernanda Borges e Paula Resende, G1 GO, em Alexânia


Estudante é morta dentro de escola estadual em Alexânia, Goiás

Estudante é morta dentro de escola estadual em Alexânia, Goiás

O jovem Misael Pereira Olair, de 19 anos, preso suspeito de matar a tiros a estudante Raphaella Noviski Romano, de 16, dentro de um colégio estadual de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal, usou uma máscara para invadir a unidade, segundo a Polícia Civil. Além disso, segundo a corporação, ele teve ajuda do comerciante Davi José de Souza, de 49. O homem também foi detido.

O comerciante e o jovem não são parentes, mas, de acordo com a investigação, o homem deu carona ao rapaz até a porta do Colégio Estadual 13 de Maio, onde a aluna foi morta, na manhã desta segunda-feira (6), ficou do lado de fora esperando e depois o ajudou na tentativa de fuga.

Um funcionário da escola, que preferiu não se identificar, contou ao G1 o autor dos disparos pulou o muro e entrou no corredor da sala em que a vítima estudava, onde tinham cerca de 30 alunos. "Ele estava de máscara, colocou a cabeça na sala do 9º ano B, viu que ela não estava e foi para a sala ao lado. Entrou, foi em direção à vítima, que estava sentada no fundo, e atirou", relatou.

Segundo o funcionário, ao ver o jovem sacando a arma, os alunos saíram correndo em desespero. Após atirar contra a vítima, o rapaz fugiu para os fundos da escola e pulou o muro novamente. Ele foi preso a cerca de 300 metros da instituição.

Em nota enviada ao G1, a Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) também destacou que Misael “teria pulado o muro da escola mascarado para efetuar os disparos”. Em seguida, foi preso quando tentava fugir em um Ford Escort. Com ele foi apreendido um revólver calibre 32.

Polícia apreendeu máscara, revólver, munição, faca e chumbinho com suspeito de matar estudante em Alexânia, Goiás — Foto: Paula Resende/G1

Assim como Misael, o comerciante foi preso em flagrante pela Polícia Militar logo após o crime. Por volta das 12h30, ambos seguiam na Delegacia de Alexânia, onde eram ouvidos pela delegada Rafaela Azzi, responsável pelo caso.

Advogado de Davi, Joel Pires de Lima explica que o cliente é amigo da família de Misael e não imaginava que estava levando o jovem para cometer o crime.

"Ele disse que o Misael pediu para o Davi o levar até lá e pediu para esperar. Quando viu um rapaz mascarado e armado correndo, achou que era um assalto, nem pensou que era o Misael. O mascarado entrou no carro e disse: 'sai daqui se não eu atiro, sai da cidade'", relatou o advogado.

Ainda segundo Lima, ele tentou dar voltas e encontrar uma viatura para entregar o passageiro. "Foi um susto, ele não imaginava, mas está tranquilo que tudo será esclarecido", concluiu o advogado.

Ainda segundo a polícia, o jovem e o comerciante não tinham antecedentes criminais. A corporação ainda tenta confirmar a procedência do revólver apreendido com Misael.

O jovem deve ser autuado em flagrante por feminicídio e deve ser encaminhado ao presídio, onde ficará à disposição do Poder Judiciário. Já o comerciante deve responder pelo crime de favorecimento pessoal, por ter contribuído para a morte da estudante.

Estudante Raphaella Noviski, de 16 anos, foi morta a tiros no Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, Goiás — Foto: Reprodução/Facebook

O crime

Raphaella foi morta às 7h50. De acordo com a delegada, Misael entrou na escola, invadiu a primeira sala de aula do corredor, mas não encontrou a vítima. Em seguida, ele entrou na segunda sala, foi direto ao local onde a adolescente estava e disparou vários tiros contra ela, que morreu no local.

"Ele nos disse que foram 11 disparos, todos eles no rosto da menina. Tudo isso reforça o indício de crime passional, ele tinha estudado na escola no ano passado e tinha guardado este sentimento de ódio. Nós já ouvimos o depoimento dele, agora vamos seguir os procedimentos", afirmou a delegada.

A investigadora afirmou que ele afirmou que "sentia ódio" da vítima e que, por isso, resolveu comprar uma arma e matá-la. "Ele alega que é conhecido 'de longa data' da vítima, e que sentia muito ódio da menina. A partir do depoimento dele entendemos que ele tentou namorar com ela, mas foi rejeitado. Por conta disto resolveu comprar uma arma, adentrar na escola onde ela estava e ceifar a vida dela", disse.

Conforme disse a delegada, Misael é um ex-aluno do Colégio Estadual 13 de Maio, local onde o fato ocorreu. Já a vítima cursava o 9º ano do ensino fundamental.

Jovem pulou o muro do Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, Goiás, e depois matou aluna, diz polícia — Foto: Paula Resende/G1

Ainda na nota enviada ao G1, a Seduce destacou que, logo após o crime, direção do colégio tomou todas as providências chamando a Polícia Militar e comunicando o fato à família da vítima.

Ainda segundo a nota, “três psicólogas e uma assistente social da Coordenação Regional de Educação, Cultura e Esporte [Crece], de Anápolis, já foram deslocados para Alexânia para apoiar a equipe da escola, alunos e familiares. Uma equipe da Seduce também se deslocou para o colégio”.

A Seduce ressaltou, ainda, que “a escola dispõe de câmeras no pátio e dois vigias noturnos para promover a segurança”. Por fim, a secretaria lamentou o crime “e informa que trabalha em um esforço contínuo para manter a paz e a fraternidade no ambiente escolar”.

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Crime ocorreu no Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, Goiás — Foto: Maryhá de Podestà/TV Anhanguera

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