Wassef (à esquerda) durante a posse do ministro das Comunicações, na quarta (17), no Palácio do Planalto — Foto: Reprodução/TV Globo
Integrantes do Palácio do Planalto culpam, desde quinta-feira (18), o advogado Frederick Wassef pelo novo desgaste do presidente Jair Bolsonaro: a prisão de Fabrício Queiroz em um imóvel do advogado. Wassef defende o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas, e também é advogado de Jair Bolsonaro.
Nos bastidores, assessores do presidente, quando questionados sobre a prisão de Queiroz, afirmam que quem tem de explicar o ocorrido é Fred Wassef. E admitem que a situação de Flávio Bolsonaro se agravou.
A estratégia é tentar blindar Bolsonaro. Por isso, nos bastidores do Planalto, defende-se a solução mais rápida: tirar Wassef o quanto antes da defesa do núcleo familiar, para afastar a ideia de que Queiroz foi escondido em Atibaia com a anuência da família.
Porém, em um primeiro momento, menos de 24 horas após a prisão de Queiroz, Fred Wassef repetia a quem perguntasse que era "óbvio" que ele era o advogado do presidente Bolsonaro, em uma sinalização clara de que não aceitará sair pela porta dos fundos da casa da família presidencial.
5 pontos para entender a prisão de Fabrício Queiroz
Wassef diz que resistirá a isolamento
Para governistas, Wassef dá sinais de que resistirá a essa estrategia de ser isolado. E a preocupação, hoje, no Planalto, é com o conteúdo do que Fred Wassef possa revelar se for abandonado pela família – ou preso, por obstrução de Justiça. Por isso, assessores monitoram o advogado desde quinta e não descartam sua prisão.
Wassef com frequência lembra a família Bolsonaro de "tudo que fez" como advogado pela sobrevivência deles.
No Rio, ele ainda discute nos bastidores o que dirá sobre o caso de Fabrício Queiroz, que, em julho de 2019, dizia não conhecer.
Ao blog, em 23 de julho de 2019, Wassef chegou ao dizer que não poderia declarar nada a respeito da estrategia de Queiroz falar ou não sobre as rachadinhas porque não o conhecia. "Como não represento esse cidadão, nem o conheço, eu não posso responder por ele. O que eu posso dizer é que, na verdade, Fabrício Queiroz já falou".
Um ano depois, o advogado terá de explicar na Justiça por que o cidadão que ele disse desconhecer – e é o pivô da principal investigação envolvendo seu cliente, Flávio Bolsonaro – foi preso numa casa que lhe pertence.
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