Por Matheus Beck, G1 RS


Rio Grande do Sul volta a registrar meteoro na madrugada deste domingo (4)

Rio Grande do Sul volta a registrar meteoro na madrugada deste domingo (4)

Na madrugada deste domingo (4), por volta das 2h18, foi registrada a queda de um meteoro de magnitude elevada sobre o Rio Grande do Sul. Ele foi flagrado por duas câmeras, em São Leopoldo e em Taquara, e se extinguiu a 70 quilômetros de altitude sobre a costa do estado.

O meteoro iniciou a entrada na atmosfera a 100 quilômetros de altitude, ainda em alto mar, e se extinguiu entre Tramandaí e Capão da Canoa, no Litoral Norte.

Em uma das imagens, é possível ver um feixe de luz se formar e rapidamente se dissolver sobre o céu de São Leopoldo. Em outra, utilizando a câmera All Sky, com visão do céu em 360º, o objeto é registrado em Taquara. Ambos os municípios ficam na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Meteoro é registrado em São Leopoldo — Foto: Carlos Fernando Jung / Divulgação

Os registros foram feitos pelo professor Carlos Fernando Jung, diretor científico da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon). Este meteoro, segundo o professor, é denominado "bólido" e possuiu uma magnitude (brilho) de -9.8, que é considerada elevada. A nomenclatura se refere aos que possuem uma magnitude igual ou superior a -4, e recebem o nome popular de "bola de fogo" ("fireball").

"De 1º janeiro até agora, registrei 10.036 meteoros de magnitudes baixa a média sobre o Uruguai, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e uma faixa de São Paulo", diz o cientista. "Pelas ocorrências já registradas este ano, pode-se considerar um ano atípico. É um fenômeno normal. O que é mais raro são estes de elevadas magnitudes", acrescenta.

Câmera de 360º em Taquara registrou o fenômeno — Foto: Carlos Fernando Jung / Divulgação

Jung explica ainda que, embora esteja no período da chuva de meteoros "Delta Aquerídeos do Sul", a análise indica que não pode ser atribuído a esta classe e que seu radiante é desconhecido. Ele esclarece, ainda, que existem várias classes de maior ou menor incidência conforme o período do ano. O que foi registrado nesta madrugada não se enquadrou em nenhuma, o que o torna um fenômeno esporádico.

Os bólidos podem ser seguidos de explosões ou explodirem no final. Neste caso, houve extinção total e não causou risco para a aviação, conforme o professor.

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