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Por Redação ge — Mugello, Itália


Vencedor do GP da Toscana neste domingo, Lewis Hamilton pode ser alvo de investigação da Federação do Automobilismo (FIA) pelo protesto pela morte da socorrista americana Breonna Taylor. A entidade confirmou ao canal BBC que vai discutir se a camiseta utilizada pelo hexacampeão com os dizeres "Prendam os policiais que mataram Breonna Taylor" se configura como uma mensagem política, o que é proibido.

Lewis Hamilton após vencer o GP da Toscana, em Mugello — Foto: Bryn Lennon/Getty Images

- A questão está sobre ativa consideração. (A mensagem política) é a consideração a qual estamos fazendo - disse um representante da FIA ao veículo britânico.

Neste domingo, Hamilton trocou sua usual camiseta com a inscrição "Vidas negras importam" ("Black Lives Matter") pela peça que cobrava justiça por Breonna Taylor, uma jovem negra que foi baleada oito vezes e morta em 13 de março, quando policiais invadiram seu apartamento em Louisville, no estado americano do Kentucky. Breonna tinha 26 anos e trabalhava com emergências médicas na Universidade de Saúde de Louisville Health.

Alegando estarem uma incursão contra o tráfico de drogas na localidade, os policiais disseram que efetuaram os disparos após o namorado de Taylor ter atirado primeiro. A família da americana moveu processos que levaram o caso ao FBI. Dos três policiais envolvidos no caso, dois foram retirados das ruas e um deles chegou a ser demitido, porém, ninguém foi preso.

Em suas redes sociais e também na entrevista dada após a vitória, sua sexta no atual campeonato da Fórmula 1, Lewis Hamilton voltou a cobrar por justiça pela morte da paramédica, que também tem mobilizado outros atletas ao redor do mundo, como um recebedor da NFL que chegou a ser preso em um protesto, a top nove do tênis Naomi Osaka e jogadores da NBA, a liga americana de basquete:

- Não é uma grande mudança. Você ainda está lutando contra a mesma coisa. Levei muito tempo para conseguir aquela camisa. Tenho vontade de vestir isso e chamar a atenção para o fato de que tem gente por aí sendo morta na rua. E então tem alguém que foi morta em sua própria casa, eles estavam na casa errada, e aqueles caras ainda estão andando livres. Não podemos descansar, temos de continuar a conscientizar sobre isso. Eu penso que ela é uma grande inspiração com o que ela fez com sua plataforma, então temos de continuar avançando nessa questão.

O regulamento da FIA só faz menção a questões políticas ao proibir o uso de manifestações de cunho político ou religioso "que sejam prejudiciais aos interesses da FIA" nos carros. Em 2018, o então piloto da Fórmula 2 Santino Ferrucci foi proibido de carregar em seu carro o slogan da campanha do presidente americano Donald Trump pela mesma regra.

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