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Energia, transmissão, consumo (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Torres de transmissão de energia (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acendeu um novo alerta sobre os desafios do setor elétrico brasileiro neste ano frente ao cenário de grave crise hídrica nos reservatórios de hidrelétricas, prevendo um esgotamento de praticamente todos os recursos energéticos em novembro.

O sinal vermelho foi ligado após o órgão elevar a previsão de carga e considerar uma menor e mais "realista" disponibilidade térmica para atender a demanda de energia, conforme nota técnica publicada na noite de quinta-feira.

O cenário, segundo o órgão, "resulta em uma degradação dos níveis de armazenamento ao final do período seco quando comparado com os resultados do estudo prospectivo anterior, em especial dos subsistemas Sul e Nordeste".

"Com relação ao atendimento aos requisitos de potência, observam-se sobras bastante reduzidas no mês de outubro, com o esgotamento de praticamente todos os recursos no mês de novembro", afirmou o ONS, em sua nota técnica.

O aumento da previsão de carga se deu, segundo o órgão, após um crescimento das atividades do comércio e serviços, além da manutenção do ritmo elevado da produção industrial, principalmente daquelas voltadas para exportação.

A atualização do estudo incorpora as flexibilizações de restrições hidráulicas já autorizadas e considera o aumento do PIB para 4,5% ao ano, em vez dos 3% ao ano que até então era usado como parâmetro.

"Dessa forma, essa nota técnica traz premissas mais realistas e alinhadas com o momento econômico atual e às condições conjunturais do SIN (Sistema Interligado Nacional)", disse o órgão.

Em contrapartida, o ONS frisou em nota que, nos dois cenários considerados na nota técnica, "não há risco de desabastecimento elétrico, mesmo diante das piores  sequências hidrológicas de todo o histórico de vazões dos últimos 91 anos". A fonte hídrica é a principal geradora de energia do país.

O ONS também destacou que "embora o estudo indique que até o fim de 2021 a situação permanecerá sensível, o Operador está acompanhando os desdobramentos das ações já em curso e atuando dentro de suas atribuições para aumentar a oferta das fontes de energia e garantir que não haja a suspensão do suprimento elétrico".

O ONS, juntamente com o governo federal, vem tomando diversas medidas que visam assegurar o abastecimento de energia do país.