A notícia de possível violação de teste antidoping pela
lutadora brasileira Cris Cyborg movimentou o mundo esportivo nesta quinta-feira.
Mais tarde, ela veio às redes sociais explicar a sua versão para a notícia dada
pelo UFC, que divulgou a notificação da Usada (Agência Antidopagem dos Estados
Unidos). Na longa nota publicada, Cris Cyborg aponta que o teste feito no
último dia 5, com a lutadora fora de competição, teria testado positivo para
uma substância conhecida por “spironolactone”, um diurético, que em português atende por “espironolactona”.
Essa substância estaria presente num tratamento que Cyborg tem feito para
cuidar do profundo corte de peso que fez para sua última luta, em setembro, em
Brasília. Ela pode ser usada para tratar problemas de coração, fígado e rim, e ainda alta pressão arterial e baixo potássio.
Cyborg aproveita para afirmar que todas as explicações têm
sido dadas à Usada e que ela lamenta a possível decepção de fãs com a notícia.
Apesar disso, reforça sua inocência no caso.
- Me sinto confiante de que sou um atleta limpa.
Confira na íntegra a mensagem de Cyborg nas redes sociais:
“Fui notificada hoje de uma potencial violação de doping decorrente
de uma amostra colhida fora de competição em 5 de dezembro de 2016. A Usada é
um administrador independente da política antidoping do UFC e será responsável
pela análise e qualquer sanção imposta.
Foi trazido ao meu conhecimento que a minha recente amostra
continha uma substância proibida conhecida como “spironolactone”. A substância
é parte de um tratamento terapêutico administrado para mim pelo meu médico que
começou no dia 26 de setembro, para durar um período não inferior a 90 dias,
que exige exames de sangue no final. Para além do tratamento administrado a mim
pela Dr. Ulyssea M Da C O Pinto (CRM-PR19062/CRM-RJ 30150-9/CRM SC 2740/ CRM
-RO 2630) foi me dada uma suspensão por médicos, não dela, para não entrar em
treino num estilo de luta ou práticas de corte de peso durante o período de
recuperação. É por essas razões que recusei o UFC do dia 11 de fevereiro de
2016, para a primeira luta do cinturão de 145 libras (peso-pena).
Tenho orgulho de ser um membro da Usada, e fui a primeira
lutadora a completar um ano de testes previstos nos programas da Usada antes de
competir no UFC.
Já fiz o teste 14 vezes desde a entrada no programa, duas
vezes no quarto trimestre de 2016 e nunca tive uma amostra sinalizada.
Meu médico tem experiência com os testes da USADA e me informou que não era necessário nenhum passo adicional para a aprovação do tratamento feito por mim após minha luta no UFC Brasília.
Estamos cooperando totalmente com a Usada no momento e já
iniciou o processo de aplicação retroativa para a utilização da isenção terapêutica.
Para os meus fãs que estão decepcionado com a notícia, sinto
muito.
Podem se sentir confiantes de que a substância que estão
perguntando não é para melhorar a performance, e é necessária para o meu
tratamento específico. (International Medical Codes Cid e 87.6, Cid 87.8, CID E
44.0, CID N 83.2, CID 115.9, CID Z73. 3 CID E 06.3). Me sinto confiante de que sou
um atleta limpa.
Minha esperança é que minhas experiências continuarão a
trazer a consciência para os perigos com a extrema perda de peso. Cortei peso três
vezes em oito meses durante 2016 para competir em 140 libras. É por causa das
medidas necessárias para chegar às necessárias 140 libras como limite de peso
em 24 de setembro que meu corpo está precisando de tratamento médico.
Estou contente pelo UFC ter criado a divisão de 145 libras
(peso-pena) e ansiosa para lutar pelo cinturão quando meu corpo estiver
recuperado e pronto para competir. Informações adicionais ou declarações serão
fornecidas no momento oportuno, conforme o processo avançar”.