Valor OnLine

23/04/2013 14h42 - Atualizado em 23/04/2013 14h42

Brasília recebe retrospectiva da obra de Abraham Palatnik

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Como definir a obra ao lado? Trata-se de uma caixa de luz, em que as cores parecem se movimentar o tempo todo (é possível ver o trabalho em funcionamento neste link). Pintura? Escultura? A proposta de Abraham Palatnik não se enquadrava em nenhuma das categorias tradicionais e, por isso, sua participação não foi aceita na primeira Bienal de São Paulo, em 1951. Por sorte, a delegação japonesa não enviou o material para a mostra a tempo, e Palatnik acabou sendo chamado a expor. Saiu do evento com uma menção honrosa por seu Aparelho Cinecromático.

A história ilustra bem o pioneirismo do artista, um dos primeiros a trabalhar com arte cinética, em que o movimento desempenha um papel fundamental. Uma retrospectiva com cerca de 90 obras de Palatnik poderão ser vistas a partir de hoje no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília. A seleção inclui peças provenientes do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, de coleções particulares e até do ateliê do artista, hoje com 85 anos. Algumas ainda estão em processo de produção, como um Objeto Cinético, que tem mais de três metros de altura e dois de largura.

Nascido em Natal, filho de judeus russos, Palatnik ainda era criança quando se mudou com a família para Tel Aviv. Na adolescência, estudou na Escola Técnica de Montefiore, onde se especializou em motores de explosão. Além disso, também estudou no Instituto Municipal de Arte da cidade. Depois da II Guerra Mundial, voltou ao Brasil, indo morar no Rio, onde vive até hoje.

Sua produção artística, que consistia basicamente em pinturas figurativas, mudou totalmente depois que um amigo, o artista Almir Mavignier, o apresentou ao trabalho de Nise da Silveira, no Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II, no Engenho de Dentro. Na busca por uma nova forma de expressão, ele articulou sua preocupação estética ao conhecimento tecnológico que detinha. Em suas peças, utiliza motores, ímãs, lâmpadas, resina, vidro e papel, entre outros materiais. Seu desejo de invenção que o levou, também, a criar e patentear jogos e mecanismos industriais, como um equipamento destinado à extração da semente do babaçu.

A exposição sobre Abraham Palatnik poderá ser vista em Brasília até o dia 14/7. Depois, a mostra deve passar por outras cidades, mas o roteiro ainda não está definido. A curadoria é de Pieter Tjabbes e Felipe Scovino. O Centro Cultural Banco do Brasil fica na SCES Trecho 2, em Brasília, e abre de terça a domingo, das 9h às 21h. Informações: (61) 3108-7600

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