Centenas de sergipanos estão encontrando na arte uma forma de valorizar a cultura regional, aquecer a economia e garantir a sustentabilidade. Entre os produtos que mais agradam os turistas estão: esculturas feitas com barro e cerâmica, bijuterias, artigos decorativos, utilidades domésticas peças feitas com bordado em renda irlandesa, tricô, pintura, palha, madeira, porcelana, cabaça, mandala e metal. A maioria do material utilizado é reciclado que ajuda a diminuir a sujeira no planeta, realiza a coleta seletiva e destina adequadamente os materiais reaproveitáveis.
(Foto: Fredson Navarro / G1)
É preciso ter criatividade e adotar idéias inovadoras para levar a mensagem da reciclagem às pessoas e fazê-las entender e praticar ações que diminuam o volume de lixo no ambiente. O lixo pode ser transformado em arte.
“Garrafas pet, por exemplo, já se transformam em vassouras em vários lares brasileiros. O artesanato criado a partir do lixo é uma iniciativa que traz economia, pois substitui objetos que seriam comprados, e auxilia na diminuição dos detritos jogados no meio ambiente. Quando a criatividade é unida à sustentabilidade, o lixo também pode virar luxo”, explica a estudante de arquitetura, Juliana Aragão, que aderiu à reutilização dos materiais e comercializa suas peças em feiras de artesanato.
(Foto: Fredson Navarro / G1)
Muitos artistas natos estão comemorando agora a renda obtida através do dom e inspiração após muitas décadas dedicadas ao trabalho artesanal, outros descobriram o talento mais tarde e mudaram de profissão, conquistaram uma renda extra com o trabalho paralelo ou até mesmo encontraram na arte uma forma de ter uma ocupação e faturar. É o caso da artesã Giselda Gonçalves.
Gilselda trabalhou durante muitas décadas como diretora de um cento cultural em Aracaju e após a aposentadoria decidiu inovar. “Descobri que eu tinha a sensibilidade para a arte há seis anos, logo quando eu me aposentei. Busquei uma ocupação e me encantei quando comecei a confeccionar almofadas e mantos com retalhos, aos poucos fui me aperfeiçoando e amo o que faço. O maior presente é a gratidão das pessoas que compram os meus produtos, além de me render um dinheiro extra que ajuda na hora de pagar as despesas”, comemora.
(Foto: Fredson Navarro / G1)
Claudia Nem que mora em Itabaiana e é artesã e artista plástica há 10 anos, tinha a arte como uma segunda fonte de renda, mas agora comemora o aumento da procura por seus produtos e a mudança da ordem.
“Agora me sinto mais feliz tendo esse trabalho como o meu principal, é muito bacana criar arte para sandálias, agendas, canecas e esculturas, pó exemplo, valorizando a cultura sergipana e conseguindo ter o retorno financeiro”, orgulha-se.
O artesão Agamenon Filho também só trabalha com materiais recicláveis e faz peças com madeiras há 8 anos. “Os objetos que eu mais vendo são: kit para escritório, baú, porta retrato, porta controle remoto, porta-joias, caixas de madeira, tabuleiro de xadrez e dama. Faço questão de explicar aos clientes como as peças são produzidas, algumas delas demoram até 15 dias para ficar prontas. Os materiais mais utilizados são madeiras recicláveis de MDF, pinho, palha de ouricuri e raiz de madeira”, revela.
(Foto: Fredson Navarro / G1)
A última aquisição da professora Adriana Sacramento que já comprou alguns objetos feitos por Agamenon foi uma caixa de madeira para colocar em sua cozinha com divisórias. “As peças dele são de muito bom gosto, vou colocar na caixa saches de chás, amei muito”, derrete-se.
A artesã Aparecida Santana une a arte com a sustentabilidade e o trabalho social. “Faço esse trabalho com muito amor. É muito gratificante confeccionar almofadas, panos de prato, porta-retratos e toalhas com materias recicláveis e ainda poder ajudar a instituições beneficentes”, vibra.
Luciano Crestana faz objetos em cerâmicas que custam entre R$ 150 e R$ 500.
“A inspiração vem de povo sergipano, dos seus costumes e tradições. Os turistas ficam encantados para levar uma peça como lembrança, é muito gratificante”, conta.
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