Obras do pintor venezuelano Armando Reverón podem ser vistas em Brasília a partir desta sexta (7). A exposição “Relâmpago Capturado” acontece até o dia 10 de fevereiro de 2013, entre 9h e 18h30, no Museu Nacional da República.
A mostra traz 174 obras, entre pinturas, desenhos, objetos e fotografias do pintor. O evento é uma realização do Museu Nacional da República, por meio da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, em parceria com os Ministérios das Relações Exteriores do Brasil e da Venezuela e as embaixadas com sede nos dois países.
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A obra de Reverón é conhecida por ser repleta de imagens oníricas, desfocadas, com uma luz intensa e muitas cores, ou mesmo a falta delas. O artista sempre teve um cuidado especial para captar a luz tropical. O trabalho do pintor é dividido em três períodos: azul, branco e sépia. Também merecem destaque suas bonecas de pano, em tamanho natural. Ele as confeccionava costurando os tecidos e recheando com papel jornal. Sobre a superfície de pano, pintava as partes íntimas e modelava os detalhes do rosto.
“Pode-se dizer que sua intensa produção pictórica situou-se entre o pós-impressionismo e o início do abstracionismo. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer a obra deste artista que captou e transmitiu toda a luminosidade do trópico para suas telas de uma forma muito singular”, afirma o curador da exposição, Wagner Barja.
Armando Reverón nasceu em Caracas, na Venezuela, em 1889. Em 1908 entrou para a Academia de Belas Artes de Caracas e já no ano seguinte participava de uma greve que reivindicava reformas acadêmicas.
Em 1911, foi para a Europa, beneficiado por uma bolsa de estudos, ingressando na Escola de Artes e Ofícios de Barcelona. Ele voltou para a Venezuela, onde ficou por alguns meses, mas retornou em 1912 para a Espanha. Em Madri, Reverón estudou na Academia de San Fernando. Dois anos depois, visitou Paris, e em 1915 regressou à Venezuela. Em Caracas, integrou o Círculo de Belas Artes, sob orientação da escola impressionista.
Entre 1919 e 1924, desenvolveu uma pintura em tons monocromáticos, sustentada pelo azul. Recebeu influências de Samys Munster, Emilio Boggio e de Nícolas Ferdinandov, russo simbolista radicado na Venezuela. Em 1920, mudou-se para Macuto e construiu seu rancho nesse lugar do litoral caribenho, ao lado de sua esposa Juanita Rios.
De 1925 a 1936, dedicou-se a um tipo de pintura que utilizava pouco material. Estava em busca de um desenho luminoso, e esta fase é conhecida como "época blanca". Além de usar sua esposa como modelo, fazia para ela bonecas que ele mesmo fabricava. Entre 1936 e 1949, passou a utilizar a cor sépia em suas obras. Ele também confeccionou diversos objetos, entre eles esqueletos de arame e máscaras de telas.
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