Obra de Miró foi danificada num empréstimo à Tate Modern

Estrago deu-se durante a grande retrospectiva, organizada pela Tate, dedicada ao pintor espanhol. A instituição revelou agora que foi visitada por 5,3 milhões de pessoas em 2012.

Foto
Blanco para la Celda de un Recluso I (1968) DR

Uma importante obra de Joan Miró, Pintura sobre Blanco para la Celda de un Recluso I, foi danificada durante um empréstimo à Tate Modern, em Londres.

Tudo aconteceu no ano passado, quando a instituição britânica inaugurou a exposição dedicada ao pintor espanhol com várias obras emprestadas pela Fundação Joan Miró, de Barcelona. O caso foi abafado pelas duas instituições, mas o Art Newspaper revela que a reparação dos estragos ficou em 250 mil euros, pagos pelo Governo britânico.

O incidente aconteceu quando um visitante da Tate tropeçou e, para não cair, se apoiou com as duas mãos no quadro, avaliado em cerca de 25 milhões de euros. Segundo o que um porta-voz da Tate Modern explicou ao Art Newspaper, não existem testemunhas do sucedido, mas a galeria acredita que tenha sido um acidente e por isso não culpabilizou o visitante.

Pintura sobre Blanco para la Celda de un Recluso I, datada de 1968, é um dos cinco trípticos raros do artista catalão e que foram expostos em conjunto na primeira grande retrospectiva dos últimos 50 anos de Miró no Reino Unido, e que encerrou em Setembro. Depois do incidente, a obra foi imediatamente enviada para restauro, mas, de acordo com a mesma publicação, terão ficado algumas marcas.

A notícia só agora foi dada porque o Art Newspaper teve acesso ao relatório do Departamento de Cultura do Reino Unido sobre as indemnizações pagas em 2012 pelos museus nacionais por estragos ou desaparecimento de obras de arte.

Também em 2011, a Tate Modern viu uma das suas obras ser vandalizada, nomeadamente o quadro Black on Maroon, de Mark Rothko, no qual um homem, já condenado a dois anos de prisão pelo seu acto, escreveu por cima da pintura. A obra está a ser restaurada, mas os trabalhos de recuperação da pintura podem levar até 20 meses.

Todos estes episódios aconteceram no ano em que a Tate Modern bateu o recorde de visitas, segundo anunciou esta terça-feira a instituição. Em 2012 visitaram a Tate Modern 5,3 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 9,5% no número de visitas em relação ao ano anterior. O ano passado, em que a Tate inaugurou a grande retrospectiva de Damien Hirst, foi assim o ano mais concorrido de sempre daquela instituição, inaugurada em 2000. A exposição de Hirst foi visitada por 463.000 pessoas, com quase 3000 visitantes por dia.

Foi também durante 2012 que a Tate inaugurou um piso subterrâneo, que foi em tempos a sala dos depósitos de combustível que alimentavam a central eléctrica hoje ocupada pelas galerias expositivas. A sala é dedicada às artes performativas e à instalação audiovisual, que até agora não tinham um espaço específico no museu.
 
 

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