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Arquitetura, decoração e design

Mais tempo para o design

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Por Ana Garrido
Atualização:

  Marina Pauliquevis - O Estado de S.Paulo Conhecido por suas obras de forte impacto na paisagem urbana, como o Hotel Unique e o prédio que abriga o Instituto Tomie Ohtake, ambos em São Paulo, o arquiteto Ruy Ohtake, de 74 anos, quer se dedicar mais à criação de móveis. Não que isso seja novidade para ele. Seus projetos residenciais sempre contaram com peças exclusivas ? de madeira, aço, concreto ? e de grande importância no espaço. A diferença é que agora esses móveis serão produzidos em série e com dimensões mais usuais. ?Acabei de fazer uma casa em Brasília e projetei um banco que sai do terraço, passa pelo espaço gourmet e chega ao jardim, com 14 metros?, conta. O arquiteto já começou a desenhar a linha de móveis que pretende lançar em 2013 e dá uma mostra do que vem por aí com a mesa Zu, lançada pela Dpot na exposição ?Mobília de Arquiteto?, neste fim de semana, na loja. Além do trabalho de Ohtake, serão apresentadas peças de outros 24 profissionais brasileiros, como Isay Weinfeld, Oscar Niemeyer e Sergio Bernardes, este com a reedição da poltrona Rampa. ?Só tem figurão?, diz a curadora da mostra, Baba Vacaro. ?Reunir essas peças foi um bom motivo para pensar na diferença de criação da arquitetura e do mobiliário.? O convite para que Ohtake fizesse parte da mostra coincidiu com os planos que ele vinha alimentando. O arquiteto conversou com o Casa sobre esse novo projeto. Como surgiu a ideia de lançar a mesa Zu e como foi a escolha do móvel? Sempre tive vontade de me dedicar ao design de móveis, mas fiquei muito tempo absorvido integralmente na arquitetura. Quando começamos a conversar sobre a edição de uma peça, já estava pensando nisso. Escolhemos uma mesa que eu havia feito para um projeto residencial e reduzimos as dimensões, para que ela se adequasse a vários tipos de ambientes. Como serão os móveis que o senhor pretende fazer daqui para frente? Percebo que não há muitos móveis no mercado com as linhas que quero colocar. Quero criar peças com formas muito criativas, com linhas que provoquem surpresa, mas com processo construtivo mais simples. Estou pensando em estantes bem diferenciadas, algumas de madeira e outras de um plástico mais duro, que mantém a transparência. Estou trabalhando em uma cadeira só de linhas curvas, toda feita com uma tela aramada bem fininha. Acho que dá para lançar a coleção no começo do ano que vem. Como é a escolha do material usado nas peças? Gosto de madeira, mas também de aço e vidro. A escolha se dá não só pela estética, mas também pelo modo como o material pode ser trabalhado naquele desenho específico. Acho a resina um material sensacional para mobiliário, dá para fazer qualquer forma com ela, no entanto, ainda é muito cara no Brasil. Ainda que passe a se dedicar mais ao design, o senhor tem muitos projetos de arquitetura. Consegue ter tempo para desenhar os móveis? Eu dedico a maior parte do meu tempo à arquitetura e nas horas vagas empurro ou pouco para lá um pouco para cá. Gosto de trabalhar aos sábados, porque não tem telefonema, não tem reunião, não tenho obrigação de entregar nenhum projeto. É um dia em que faço o que quero e tenho usado parte desse tempo para o design.    

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