Cultura ArtRio 2013

ArtRio começa com conselho dissolvido

Estandes grandiosos chamam a atenção no primeiro dia da feira, marcado por racha no comitê de seleção

RIO - O grupo de galeristas que seleciona quem entra ou não na ArtRio amanheceu dissolvido no primeiro dia (reservado a convidados) da segunda edição da feira, nesta quarta-feira, no Píer Mauá. O comitê, que também decide as regras de participação no evento, quis se desligar da ArtRio, por discordâncias internas. Os membros do board , porém, não quiseram comentar o caso e ainda devem discutir os rumos do conselho com a direção da feira.

— O conselho deste ano já cumpriu o seu dever. Ano que vem será diferente — limitou-se a dizer Brenda Valansi, sócia de Luiz Calainho, Alexandre Accioly e Elisângela Valadares na feira.

Aberta inicialmente para os chamados “preferential VIPs”, das 11h às 13h, a ArtRio reúne 120 galerias, a metade estrangeira, entre elas a gigante Gagosian, que levou obras como “The woman lying down” (1952), de Picasso, à venda por US$ 15 milhões. O primeiro trabalho vendido pela galeria foi uma tela de Takashi Murakami, por US$ 1 milhão.

Chamaram a atenção os estandes grandiosos, como o da inglesa White Cube, e o espaço expositivo que a Gagosian dedicou a esculturas. A feira, neste ano, tem 13 mil metros quadrados, e 6.900 são destinados apenas à arte internaconal.

Nas galerias brasileiras, muitas obras já chegaram à feira vendidas, como trabalhos de Maria Nepomuceno e José Bento, na A Gentil Carioca. Na Silvia Cintra + Box 4, seis peças de Nelson Leirner já tinham dono. Na paulistana Vermelho, uma grande instalação em vidro também chegou à ArtRio arrematada. Em pequenos espaços dentro do estande, as galerias mantêm uma espécie de reserva técnica, com obras que vão substituindo as que são vendidas.

— Temos plano A, B, C e D para o estande — diz a galerista Sivia Cintra. — Mas no primeiro dia optamos por deixar as obras que ficam mais bonitas.

Márcio Botner, sócio da A Gentil Carioca, dizia que já era possível observar o aumento do número de colecionadores estrangeiros na feira com relação à edição do ano passado. O motivo seria o calendário movimentado de artes plásticas este mês no Brasil, atraindo estrangeiros para um roteiro que vai de São Paulo, com a Bienal, a Minas Gerais, com Inhotim, e, por fim, ao Rio, com a feira, que segue até domingo.