Cartaz do filme ''Fiel'', que estreia nos cinemas em 10 de abril (Foto: Divulgação)
Em tempos de Ronaldo parece até que foi há séculos o fatídico 2 de dezembro de 2007. Mas “Fiel”, documentário dirigido por Andrea Pasquini e roteirizado por Serginho Groisman e Marcelo Rubens Paiva, chega dia 10 aos cinemas para recontar queda e acesso do Corinthians no Campeonato Brasileiro. E mais que isso, para prestar homenagem à nação corintiana, que prometeu e cumpriu: jamais abandonou o Timão.
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O filme começa como uma grande declaração de amor
do torcedor a seu time do coração. “O corintiano já nasce
daquele jeito lá. Não tem reversão”, diz um dos entrevistados. O
documentário acompanha o povo alvinegro rumo ao estádio, debaixo
de sol e de chuva, de carro, de ônibus e a pé.
Como uma ode à Fiel Torcida, dá voz àqueles que
tem como maior prazer viver o Corinthians. De geração em
geração, de pai para filho. E para filha. “O Corinthians está no
sangue, está na veia. Se olhar no raio-x não tem coração, no
lugar dele está o símbolo do Corinthians”, define um dos
torcedores.
Todo mundo tem uma história, uma grande loucura,
um momento de emoção para contar durante sua jornada lado-a-lado
com o Timão. E se concentrando no ano de 2008, do rebaixamento
até finalmente o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro,
“Fiel” faz uma colagem de memórias de futebol e de família,
jogos e aniversários de casamento, histórias de entes queridos
que já se foram. Explica a fama de sofredor que o corintiano
carrega com orgulho, e que se reflete dentro de campo, em
partidas disputadas com raça até o final.
E conforme vai chegando, jogo após jogo, a hora de finalmente
falar sobre 2 de dezembro de 2007 é impossível conter as
lágrimas. Torcedores se lembram da esperança e da decepção.
Jogadores como Dentinho, Lulinha e Felipe se recordam da dor
também dentro de campo. E mesmo que brevemente, o filme fala do
caos político e das denúncias policiais que cresciam na mesma
medida em que o futebol declinava.
Trilha poderosa, imagens especiais e inesquecíveis
dão força a “Fiel”, que tem o mérito de não se afundar nas
lamentações e no sensacionalismo, apostando na redenção do povo
corintiano, no levante do Todo Poderoso, na cabeça erguida rumo
e durante a Série B. Até 25 de outubro, quando o acesso se
confirma, a catarse se realiza e a Fiel pode finalmente
explodir, carregando Felipe e Dentinho nos braços.
A sensação de ir ao cinema ganha novas proporções
e se aproxima da verdadeira emoção de ir ao estádio. “Fiel” é
isso. Só para quem é.