Arte de OsGêmeos circula nos trens de Carajás

São 892 km de exposição itinerante do projeto Whole Train. Crédito: Agência Vale

Não é o trem das onze imortalizado pela música de Adoniran Barbosa, mas o trem de passageiros da Estrada de Ferro Carajás também vai ganhar seus 15 minutos de fama e se tornar um símbolo de arte. Desde sábado, quatro vagões circulam com trabalhos dos artistas OSGEMEOS, ISE, Nina, Finok, Toes, Todd James, Remio e Vino. A obra de arte ambulante é parte do Projeto Wholetrain que, com apoio Fundação Vale, leva a arte a ferrovias de diferentes cantos do país desde 2002.

A exposição “itinerante” percorre os 892 km da EFC, que corta ao todo 25 municípios do Maranhão e do Pará. A turma de artistas encarou um calor de mais de 40 graus em um dos galpões da oficina dos vagões da Vale, em São Luís, no Maranhão,  para colocar a mão no spray e grafitar.

Gustavo e Otávio Pandolfo trabalham com outros artistas nos vagões da EFC. Crédito: Agência Vale

Professores e estudantes das cidades de Alto Alegre do Pindaré, Açailândia, Marabá e Parauapebas  ainda poderão participar de oficinas de arte-educação inspiradas no projeto e alinhadas à iniciativa da Fundação Vale de estreitar o contato de crianças e adolescentes com a arte.

“Queremos mostrar o impacto que as pessoas destas cidades, principalmente os mais jovens, sentiram com a passagem do trem pintado, alterando seu cotidiano”, disse Paulo Portella Filho, coordenador das oficinas em entrevista ao jornal “O Globo”.

O resultado deve surpreender já que essa população dificilmente teria acesso a arte dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo que são referências mundias na arte urbana. É deles, junto com o grafiteiro ISE, a ideia do WholeTrain que já passou por São Paulo, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, João Pessoa, Natal e Vitória. Aliás, foi nesta cidade que seu deu a parceira com a Vale, com a exposição de OSGEMEOS “FERMATA”, realizada entre outubro do ano passado e fevereiro 2012 no Museu Vale, no Espírito Santo.

Detalhe da exposição”A Fermata” no Museu da Vale, em Vitória. Crédito: Agência Vale

Os artistas que fizeram esse última versão nos vagões da EFC buscaram inspiração nos ares de São Luís e em elementos regionais.  Então,  quando o trem passar vai dar para ver muita referência ao reggae, ao bumba meu boi e outros misticismos maranhenses.

 

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