Fernando Botero

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Fernando Botero
Fernando Botero
Nascimento Luis Fernando Botero Angulo
19 de abril de 1932
Medellín, Colômbia
Morte 15 de setembro de 2023 (91 anos)
Mônaco
Cidadania Colômbia, França
Etnia Colombianos
Cônjuge Gloria Zea, Sophia Vari
Filho(a)(s) Fernando Botero Zea
Alma mater
Ocupação pintor, escultor, desenhista, ilustrador, relator de parecer
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem de Isabel, a Católica (2007)
  • Cruz de Boyaca (1977)
  • honorary doctor of the University of Miami (1999)
Obras destacadas The Bullfight, The death of Luis Chalmeta, The Raval Cat
Movimento estético arte contemporânea
Causa da morte pneumonia
Assinatura
Fernando Botero (2018).

Fernando Botero Angulo (Medellín, 19 de abril de 1932Mônaco, 15 de setembro de 2023) foi um artista figurativista colombiano, cujo estilo é chamado por alguns de "Boterismo", o que lhe dá uma identidade inconfundível.[1][2]

Suas obras destacam-se sobretudo por figuras rotundas, o que pode sugerir a estaticidade da humanidade.[3] Percebe-se a sua escultura como uma crítica social, especialmente no que diz respeito à ganância do ser humano.

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Fernando Botero nasceu no meio da família composta por seu pai David Botero, sua mãe Flora Angulo e seu irmão quatro anos mais velho, Juan David. Quatro anos após seu nascimento, em 1936, nasceu seu irmão mais novo, Rodrigo. No mesmo ano, seu pai faleceu. A partir de 1938, ele estudou a escola primária no Ateneo Antioqueño e o ensino médio na escola Bolivariana.[4]

Em 1944 frequentou a escola taurina da Plaza de La Macarena em Medellín, com o banderillero 'Aranguito', a pedido de um tio, que não imaginava que a sua verdadeira vocação fosse a pintura.[5] Ele teve um contratempo com os touros, o que o levou a deixá-los. Vale ressaltar que neste período ele fez seu primeiro trabalho, uma aquarela de um toureiro. Uma vez que sua família entendeu sua vocação, Botero realizou sua primeira exposição em Medellín em 1948.[6]

Com 15 anos, Botero começou a vender seus primeiros desenhos. Trabalhou como ilustrador para o jornal El Colombiano. Sua primeira exposição em Bogotá foi em 1951.

Após participar do Salão dos Artistas Colombianos e ganhar o 2.º lugar, partiu para realizar seus estudos em Madri, na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, onde expôs aos mestres espanhóis o seu interesse por arte pré-colombiana, colonial espanhola e pelos temas políticos do muralista mexicano Diego Rivera.[7]

Formação profissional[editar | editar código-fonte]

Sua formação teve início em 1953, quando ingressou na Academia de San Marco, em Florença, na Itália. Lá, estudou a história da arte e os afrescos, que fizeram do início de sua obra marcado pela influência do renascimento italiano.[8]

Em 1955, retornou à Colômbia e realiza uma exposição na Biblioteca Nacional. Foi durante essa época que experimenta com as formas de seus personagens, expandindo seu volume. Em 1957, partiu para os Estados Unidos e realizou sua primeira exposição por lá, sendo em 1958 nomeado professor da Academia de Belas Artes e permanecendo parte do corpo docente até 1960.

Botero passou a residir em Nova Iorque e em 1965 abriu seu primeiro estúdio na cidade. A partir daí, passou a realizar exposições por todo o mundo, tendo como eixo Paris, Bogotá e Nova York.[9] Foi só em 1973, em Paris, que criou sua primeira escultura.

Botero, se lançou ao mundo com a releitura da famosa obra de Jan van Eyck, O Casal Arnolfini, em seu quadro dominavam as formas redondas, assim como fez com a famosa Mona Lisa de Leonardo da Vinci.[3]

É caracterizado como um artista bastante politizado, sobretudo por sua preocupação com a violência na América Latina. Essa preocupação é refletida em suas obras. A sua exposição “Dores da Colômbia[2] conta com 67 obras com 36 desenhos, 25 pinturas e seis aquarelas. Nela, o artista coloca em evidência a violência causada pelos conflitos envolvendo os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), exército e os grupos paramilitares.[5]

Principais obras[editar | editar código-fonte]

Suas obras de maior destaque são as releituras (gordinhas) de Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, atualmente exposta no Museu Botero em Bogotá, na Colômbia e O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck. Botero doou 200 pinturas aos parques e praças públicas de Medellín e parte de sua coleção pessoal foi doada ao Museu Botero de Bogotá. Botero viveu entre Mônaco, Nova York, Itália e sua casa de campo em Antioquia, na Colômbia contando com suas obras espalhadas por diversas cidades e museus do mundo todo.[10]

Escultura de Botero em Bogotá.

Além disso, o artista doou 23 esculturas à cidade de Medellín, sua terra natal. Elas estão expostas em uma praça pública, que foi renomeada com o nome de Botero, tornando-se um dos pontos turísticos mais procurados na cidade colombiana.[11]

Vida pessoal e morte[editar | editar código-fonte]

Em 1954, Botero casou-se com Gloria Zea (fundadora do Museu de Arte Moderna de Bogotá e diretora do Instituto Colombiano de Cultura Colcultura) e tiveram três filhos: Fernando (nascido em 1956 enquanto moravam na Cidade do México e foi Ministro da Defesa durante o governo de Ernesto Samper, que foi acusado de enriquecimento no processo 8000), Lina (1958) e Juan Carlos Botero Zea (1960). Os Botero Zeas se divorciaram em 1960.[8]

Em 1964, Botero casou-se com Cecilia Zambrano, com quem teve um filho, Pedro (1970), que morreu tragicamente em 1974 em um acidente de carro na Espanha, enquanto a família estava de férias. Botero e Zambrano se separaram em 1975. Em 1978, Botero casou-se com a artista grega Sophia Vari. Eles moravam em Paris e tinham uma casa em Pietrasanta, Itália.[2]

Botero morreu em 15 de setembro de 2023, aos 91 anos, no Mônaco.[12]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «A Fernando Botero le espanta la idea de la jubilación» [Fernando Botero se assusta com ideia de aposentadoria]. Periódico El Universal - www.eluniversal.com.co (em espanhol). El Universal. 17 de abril de 2012. Consultado em 31 de março de 2022 
  2. a b c Dilva Frazão (22 de maio de 2019). «Fernando Botero». eBiografia - www.ebiografia.com. 7Graus. Consultado em 31 de março de 2022 
  3. a b «Mona Lisa». La Cámara del Arte - www.lacamaradelarte.com. La Cámara del Arte. 18 de setembro de 2021. Consultado em 31 de março de 2022 
  4. «80 años: Fernando Botero» [80 anos: Fernando Botero]. Periódico El Tiempo - www.eltiempo.com (em espanhol). El Tiempo, Casa Editorial. Consultado em 31 de março de 2022 
  5. a b «Fernando Botero: Los toros existirán siempre, porque forman parte de la cultura española y universal» [Fernando Botero: Os touros sempre existirão, porque fazem parte da cultura espanhola e universal]. Diario ABC - www.abc.es (em espanhol). Madrid, Espanha: Diario ABC, S.L. 22 de fevereiro de 2019. Consultado em 31 de março de 2022 
  6. «Fernando Botero Angulo - biografia, fatos da vida, fotos, informações básicas. Escola de imagens e ideias elegantes Viagem à Europa». Freeva - www.freeva.ru. Consultado em 31 de março de 2022 
  7. «Fernando Botero: Pinturas. Dibujos. Esculturas» [Fernando Botero: Pinturas. Desenhos. esculturas]. Museo Reina Sofía - www.museoreinasofia.es (em espanhol). Espanha: Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía 
  8. a b «Fernando Botero Angulo - biografia, fatos da vida, fotos, informações básicas. Escola de imagens e ideias elegantes Viagem à Europa». Freeva - www.freeva.ru/pt. Consultado em 31 de março de 2022 
  9. «El Museo Nacional de Bogotá exhibirá obras de los inicios de Fernando Botero» [O Museu Nacional de Bogotá exibirá obras dos primórdios de Fernando Botero]. EFE - www.efe.com (em espanhol). Madrid, Espanha: Agencia EFE, S.A. 27 de julho de 2018. Consultado em 31 de março de 2022 
  10. «Portugal, Lisboa. A maternidade da escultura de Fernando Botero perto da entrada ao parque nomeou Amalia Rodrigues». www.pt.dreamstime.com. Dreamstime. Consultado em 31 de março de 2022 
  11. «Praça Botero». Expedia - www.expedia.com.br. Expedia, Inc. 2022. Consultado em 31 de março de 2022 
  12. Jiménez, Cristian (15 de setembro de 2023). «Murió Fernando Botero, el artista colombiano más grande de todos los tiempos». El Tiempo (em espanhol). Consultado em 15 de setembro de 2023 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Botero: Nuevas obras sobre lienzo, entrevista con Fernando Botero por Ana María Escallón (Botero: Novos trabalhos em tela, entrevista com Fernando Botero por Ana María Escallón), 1ed. Ana María Escallón, Villegas Editores, Bogotá 1997. ISBN 978-958-9393-42-0
  • Grandes personajes universales y de Colombia (Grandes personagens universais e colombianos). Océano editores, Madrid 2000. ISBN 84-494-1013-4
  • Medellín, Colombia: Ciudad de Botero (Medellín, Colômbia: Cidade de Botero). Prefeito de Medellín 2000.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Fernando Botero

Série Abu Ghraib[editar | editar código-fonte]