A Polícia Federal decidiu periciar cerca de mil obras de arte encontradas no apartamento de um suposto colecionador no Rio de Janeiro.
As peças estavam dentro de um apartamento em um prédio, onde mora o oficial de Justiça aposentado Juarez Padilha, que afirma ser colecionador de arte.
Ele botou a venda uma das supostas relíquias, um quadro do século XVI, do pintor barroco Peter Paul Rubens. Os agentes da Polícia Federal desconfiaram do anúncio e foram à casa do vendedor se passando por representantes de um colecionador, interessado na obra. Na negociação, Juarez Padilha aceitou reduzir o valor do quadro, de US$ 100 milhões para US$ 10 milhões. O desconto generoso reforçou a suspeita dos investigadores.
“Eu deixei muito clara a minha intenção de fazer uma transação clandestina e ele de pronto ficou animado. Todos esses indícios nos levam a crer que de fato eram obras falsificadas”, aponta o delegado Fábio Scliar.
Além do quadro, a polícia apreendeu um cartão-postal atribuído a Pierre-Auguste Renoir, pintor francês e mestre do impressionismo, e dois violinos que, segundo Juarez Padilha, são da marca Stradivarius, a mais famosa do mundo. Também foram encontrados moldes dos instrumentos, o que, para o delegado, reforça a hipótese de que as peças sejam falsas.
Nesta quinta-feira (13), Juarez Padilha não quis gravar entrevista. Ao jornal O Globo, ele disse que os violinos são verdadeiros e afirmou que tem o recibo de compra do quadro posto à venda. A polícia investiga se o documento é falso.
“É impossível você ter um quadro autêntico do Rubens hoje. São quadros de reis, rainhas, hoje estão todos em museus”, ressalta a marchand Soraia Cals.
Se forem comprovadas as falsificações, Juarez Padilha poderá ser indiciado por receptação e estelionato.