19º Congrenf: União e pressão serão importantes para governo avançar em pautas fundamentais para a classe trabalhadora

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp

No lugar da tradicional mesa política, a abertura do 19º Congrenf, o primeiro pós pandemia aconteceu com o Coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra e a diretora Bárbara Bezerra, convidando os representantes das entidades presentes a fazer uma fala de cada vez, para os delegados e delegadas presentes. A primeira a falar foi a Deputada Estadual e representante do MST, Marina Santos.

“Foi com uma grande alegria e emoção que cheguei aqui no 19º Congrenf. O Sindipetro-NF sempre esteve ao nosso lado, do MST, desde quando chegamos a Campos. Sou fruto da luta dessa região, que também é uma construção da categoria petroleira. Hoje, me orgulho em ser a primeira mulher sem terra a ser eleita para a ALERJ. Isso é muito significativo! Gostaria de reafirmar que minha eleição significa que os petroleiros têm uma deputada que vai lutar por eles na ALERJ” – afirmou Marina, colocando seu mandato à disposição da categoria.

Marina lembrou que no Brasil, o povo brasileiro enfrenta desafios intensos, relacionados à luta no campo e na cidade. E que tanto petroleiros como sem terra tem duas bandeiras em comum: a terra e o petróleo. Sempre caminharam juntos e devem seguir na construção de um projeto de sociedade em comum.

Também reforçou que a formação política e ideológica são essenciais para ganhar as mentes e corações da população, em defesa de um projeto popular de desenvolvimento para o país, que envolva a Reforma Agrária.

“No Rio de Janeiro, temos 10% da população passando fome. Isso é inaceitável. Precisamos enfrentar essa realidade e trabalhar incansavelmente para garantir uma vida digna para todos. Vamos seguir lutando juntos por um Brasil mais justo e igualitário!” – disse.

Antes de falar, Gilberto Palmares do Conselho Regional dos Técnicos do Rio de Janeiro recebeu emocionado o jaleco laranja das mãos de Tezeu e Bárbara. “Para mim, receber esse jaleco possui um simbolismo enorme, pois venho da luta do Sintel e em determinado momento já me senti como um petroleiro. Em 1995, enfrentamos a maior greve da categoria petroleira, que desafiou o governo de FHC. Nesse momento, o governo interviu no sindicato, mas nossa estratégia classista foi utilizar os recursos de forma inteligente: abrimos uma conta do Sintel e todo o dinheiro do sindicato petroleiro foi depositado nessa conta. uma grande demonstração de confiança e por essa razão, sinto-me um pouco petroleiro” – contou.

Palmares reafirmou o compromisso de caminhar lado a lado com o NF, somando nas lutas da categoria e da classe trabalhadora, inspirado pela histórica luta do Sindipetro-NF. “O movimento sindical sempre defendeu pautas ligadas ao cotidiano da categoria, mas nosso compromisso vai além, estamos inseridos na batalha da classe trabalhadora como um todo”.

A representante do PC do B, Conceição de Maria, iniciou relembrando uma fala de Lula na Escola Florestan Fernandes em junho de 2015: “Vocês não me ajudaram a governar”, que leva a categoria a refletir sobre a importância de sinalizarmos algumas questões dentro do governo.

“Quando Lula deixou o poder, acreditávamos que estaríamos caminhando rumo ao socialismo, porém, acordamos em um contexto de fascismo. Vimos a empresa afundar e isso nos exauriu. Não podemos mais vacilar. Precisamos auxiliar o governo a governar, apontando aquilo que não consideramos correto. Apesar das adversidades, ainda conseguimos salvar uma parte da empresa, mas nunca paramos de lutar nem por um minuto. Agora, com a união dessa juventude, vamos manter nossa empresa de pé. Não podemos cochilar!” – alertou.

Representando o PT, o ex-Deputado Federal Luiz Sergio, expressou seus desejos de sucesso para a nova gestão. Também mencionou sua participação na Comissão Externa que tratou do caso P-36 e sua frequente visita a Macaé nesse período, a produção de um anexo ao documento final foi escrito com base na atuação do sindicato.

Luiz Sérgio enfatizou a necessidade de união na luta pela reforma tributária e pela geração de empregos com salários dignos. “Apenas através da união e da pressão contínua será possível avançar nessas pautas fundamentais para a classe trabalhadora, já que vivemos um governo em disputa” – comentou.

Jefferson Manhães, reitor do Instituto Federal Fluminense comentou que o presidente Lula se identifica como um trabalhador, e isso é estratégico para que todos se reconheçam como trabalhadores e dependentes do salário. Fez um regate histórico ao lembrar que no Brasil, a categoria trabalhadora foi associada, por muito tempo, à escravidão, teve sua importância sempre diminuída. E que Campos foi o local que mais recebeu escravos no mundo.

Chamou atenção para a necessidade de resistência em defesa da democracia e da classe trabalhadora, mesmo durante o atual governo que está em disputa.

A Coordenadora do Sindipetro Bahia, Elizabeth Sacramento, falou em nome da Confederação do Ramo Químico. “Neste mês, no dia 25, celebramos o Dia de Tereza de Benguela, uma data importante na Bahia, que é lembrada durante todo o mês de julho. Saúdo todas as mulheres negras presentes, que estão na base da pirâmide social e enfrentam diariamente o machismo e o racismo. A esse grupo, muitos acessos são negados, e os privilégios simplesmente não existem. Este mês é fundamental para combatermos o racismo e avançarmos na luta por igualdade” – ressaltou.

Elizabeth recordou que a vitória de Lula nas eleições veio principalmente do Nordeste e reforçou a importância dos petroleiros nessa luta. “Mudamos a presidência da Petrobrás e estamos reconstruindo nosso país. Realizamos esse Congresso com a energia de reconstrução. É a energia de Tereza de Benguela! ” – afirmou.

O Coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, fechou as falas da noite. “A categoria protagonizou grandes lutas ao longo de sua história, como a greve de 95 e da Pauta pelo Brasil, proposta por Zé Maria, e continua até hoje dando exemplo de luta e resistência. Neste governo Lula em plena disputa, o movimento sindical e os movimentos sociais serão fundamentais para pressionar o governo à esquerda”.

Na Petrobras também não será diferente.  Deyvid comentou que com a posse de Jean Paul Prates algumas coisas já mudaram como o fim do PPI e outras precisam ser retomadas como a volta para a área de fertilizantes. Também é importante alcançar a autossuficiência no refino, concluindo as obras das refinarias existentes e quem sabe, construindo uma nova. Para isso se concretizar será preciso pressionar e conquistar o apoio do povo.

Sobre a categoria, Deyvid expressou a necessidade de manter a capacidade de luta, principalmente em relação às demissões políticas da greve de 2020 e o caso do diretor do Sindipetro-NF, Alessandro Trindade. E encerrou a noite reafirmando que “Precisamos resolver essas demissões. Estamos em um novo governo e o movimento sindical deve cumprir seu papel, ajudando uns aos outros e pressionando do lado de cá. O princípio da CUT de independência e autonomia diante do governo e dos patrões deve ser seguido para avançarmos na reconstrução do Brasil”.

 

Confira a íntegra da abertura