Se existe alguém que realmente fica feliz quando grandes nomes da música pop anunciam shows pelo Brasil, esse alguém é o trio feminino Valkyrias. O grupo musical está ficando notório no país por “roubar” as apresentações de abertura dos concertos mais disputados de 2010.
Beyoncé, Akon, Nelly Furtado e o show paulistano desta quinta-feira (20) de Chris Brown são apenas alguns dos exemplos que tiveram como aquecimento uma prévia comandada por Selma Lins, Gabriela Nader e Débora Cidrak.
“Sério que estamos sendo reconhecidas como uma banda de abertura?”, sorri a loira Selma. “Se sim, pelo menos estamos por abrir para bandas internacionais muito legais, do mesmo segmento que o nosso”, completa.
As Valkyrias têm cinco anos e conta com a atual formação desde 2007. O projeto surgiu de uma parceria entre Selma, ex-vocalista da banda do “Domingão do Faustão”, e o empresário André Lazzarotto. Apesar do certo tempo de estrada, só agora, no final de maio, que será lançado o primeiro CD delas.
Gabriela, Selma e Débora preparam primeiro CD do grupo para o final de maio (Foto: Divulgação)Ele terá faixas cantadas em português e em inglês, como já foi demonstrado nos singles “Dar certo” e “Feel good”. “Esse CD é como um filho: demorou nove meses para ficar pronto, mas está nascendo com todo o carinho do mundo”, brinca Débora.
O grupo tem estilo musical bem radiofônico, influenciado descaradamente pela música pop americana. Ao somar isso com o (belo) visual das meninas e ao fato de abrirem diversos shows importantes, as Valkyrias também ganharam um apelido preconceituoso: banda de empresário.
“Elas são talentosas, se não fosse eu elas teriam outro empresário certamente. Nós levantamos a bandeira pop, só no Brasil existe esse preconceito contra o que é popular”, rebate Lazzarotto, que afirma nunca ter gasto R$ 1 para incluir a banda nas turnês brasileiras de artistas internacionais como Nelly Furtado e Akon.
“Nós recebemos para nos apresentar. Tem gente que oferece até R$ 50 mil para abrir um show”, polemiza. “São os próprios artistas que nos aprovam. Eles veem nossas músicas, fotos, release... Tudo!”, concorda Gabriela.
O trio ao lado do rapper Akon (Foto: Divulgação)
Público “heteroflex”
Além de aulas com uma fonoaudióloga, de preparação vocal e de dança, as Valkyrias também recebem treinamento para escutarem vaias durante os shows de abertura. Afinal, não é das tarefas mais tranquilas segurar a atenção de um público que chega a gastar mais de R$ 200 para não vê-las ao vivo.
“O primeiro show de abertura delas foi para o Akon e nos as preparamos para o pior. Felizmente, até hoje a recepção foi 100% positiva. Nos as vendemos para um público que consome o nosso estilo”, discursa o empresário. “Já vemos alguns fãs cantando nossas músicas”, sorri Débora.
Junto do lançamento do primeiro CD, as Valkyrias também já agendaram shows (de abertura, claro) para as próximas apresentações do DJ David Guetta e da cantora Kelly Rowland na cidade. Outra aposta são pequenas aparições em boates gay, o que já fez o grupo aprender a tocar músicas de “bate cabelo” – leia-se: Lady Gaga e Beyoncé.
“Hoje não tem isso de preconceito, raça e sexo, principalmente na música. Nosso som foi feito para as pessoas se soltarem”, diz Selma.
Lazzarotto tem um curioso termo para o público almejado pelas Valkyrias: “heteroflex”. “Hoje emo beija boca de amigo e diz que não é gay, meninas se beijam por diversão. O pop é gay!”
Chris Brown em São Paulo
Quando: quinta-feira (20), a partir das 21h30
Onde: Credicard Hall - Av. das Nações Unidas, 17955
Quanto: entre R$ 100 e R$ 400, com direito à meia-entrada
Informações: www.ticketsforfun.com.br