17/03/2013 22h58 - Atualizado em 17/03/2013 22h58

Conheça a cidade italiana do santo que inspirou nome do novo Papa

Fantástico foi até Assis, na Itália, pra lembrar a vida do santo que segundo a tradição recebeu de Jesus Cristo a missão de reconstruir a Igreja.

O novo Papa escolheu seu nome inspirado em São Francisco de Assis, -- que abandonou toda a riqueza da família para cuidar dos mais pobres. O correspondente Marcos Uchoa foi até Assis, na Itália, pra lembrar a vida do santo que segundo a tradição recebeu de Jesus Cristo a missão de reconstruir a Igreja.

Assis é uma cidadezinha a pouco menos de 200 km ao norte de Roma. Fica no alto de um morro, como era comum na Idade Média, por uma questão de proteção contra inimigos.

Lá foi construída, há mais de 700 anos, a Basílica de São Francisco de Assis. Nela o Fantástico encontrou Frei Evilásio, um brasileiro da Ordem dos Franciscanos que acabou de chegar e ficará por quatro anos.

Frei Evilásio leva a produção do Fantástico para conhecer a basílica, visitada por cerca de sete milhões de pessoas por ano. Ela também é chamada de basílica Papal e tem o segundo maior refeitório da Europa, mas hoje apenas 70 franciscanos vivem aqui.

“Nesse refeitório aqui os dois últimos Papas já estiveram aqui. Almoçaram aqui conosco João Paulo II e nosso Bento XVI”, comenta Frei Evilásio

A produção do Fantástico visitou a sala com as relíquias do santo. As vestes simples, feitas de retalhos costurados, são poucas, mas valiosíssimas lembranças de São Francisco.

No andar de baixo, fica a capela onde o corpo dele está sepultado, é um dos locais preferidos dos fiéis e os freis vêm aqui todo dia.

Lindos afrescos contam a história do santo. Em 1182, nasceu em Assis um menino de nome Giovanni, filho de uma família rica que vivia do comércio de tecidos.

Ele também trabalhava para o pai, e porque os tecidos vinham da França, começaram a chamá-lo de Francesco, o pequeno francês, a origem do nome.

Foi em uma igrejinha, de São Damião, que o jovem Francisco viu uma cruz e ouviu um chamado divino, para que ele reformasse a igreja.

No meio da planície, se vê hoje a cúpula de outra grande basílica, Santa Maria dos Anjos. Mas na época de Francisco não tinha quase nada, apenas uma igrejinha em ruínas.

Ele entendeu que o pedido divino de reforma da igreja era um ‘mãos à obra’ literal, e reconstruiu sozinho a pequena igreja. Só depois percebeu que sua tarefa na verdade era outra. “Ele começa o processo de reconstruir a igreja, que estava em ruína no sentido de evangelização”, explica Padre Evilásio.

Foi no local, também chamada de Porciuncula, que o trabalho dele junto aos pobres nasceu, que a ordem dos franciscanos começou e aqui ele morreu, com apenas 47 anos de idade, no ano de 1226.

Depois da morte de Francisco, a Basílica de Santa Maria dos Anjos foi construída para abrigar a pequenina, feita por ele.

“Na época, a Igreja vendia o que se chamavam indulgências, o perdão de Deus. Francisco conseguiu do Papa a permissão para que a igrejinha dele oferecesse indulgências, só que ele não vendia: dava de graça. Achava que todos nós precisamos do perdão para reconstruir nossas relações: o perdão dos amigos, da família e, claro, o perdão de Deus” diz o padre Pasquale.

Um afresco mostra o Papa da época sonha que São Francisco de Assis sustenta, com sua fé, toda a Igreja. Em outra pintura, se vê um Papa atento ao que São Francisco diz.

Antes de abraçar a religião, Francisco chegou a lutar numa guerra. Mas uma estátua mostra que, depois de convertido, ele preferiu a paz. E deixou uma mensagem que praticamente o torna o padroeiro da ecologia.

São Francisco de Assis causou uma revolução na Igreja da época. Era Idade Média, tempos de muita superstição, e de uma Igreja que falava o tempo todo em pecado e inferno. No meio disso tudo ele foi um raio de luz, pregando a solidariedade aos pobres e também o amor à beleza da natureza, vista por ele como criações e criaturas feitas por Deus, assim como as pessoas.

Do alto de Assis se vê um pouco desta beleza: a planície, as plantações, as montanhas, e as revoadas constantes de pássaros.

Diziam que São Francisco se comunicava com eles, que os amava, que via a importância de cada um deles na riqueza da vida. Essa é uma mensagem que toca muito aos jovens de hoje, e São Francisco de Assis parece ser um dos santos favoritos.

Milhares deles vão se encontrar com o Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio.

“A primeira e única Jornada Mundial da Juventude que aconteceu na América Latina foi em Buenos Aires, mais de 25 anos atrás. E agora a segunda acontecer no Brasil justo com um Papa que veio de Buenos Aires, então será uma alegria para todos nós”, afirma Padre Anísio

Para terminar a visita, Frei Evilásio leva a produção do Fantástico a um dos locais mais privados e magníficos da residência dos franciscanos. São arcos centenários, de pedra, tudo muito simples, sólido, sem adornos, mas de uma força enorme, como as mensagens de São Francisco de Assis.

Necessidade do perdão, amor a natureza, cuidar dos que mais necessitam. E a essencial simplicidade que tem tudo a ver com o novo Papa.

“Nós estamos vendo nesses últimos dias: ele já está falando com o seu comportamento”, disse Padre Anísio.

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