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07/04/2010

Maria Cristina Fernandes - Sempre soube que queria estudar mais

Arquivo Pessoal
Maria Cristina Fernandes (quinta da esq. para dir.) aos 21 anos em intercâmbio na Universidade de Berkeley, 1988.
Maria Cristina Fernandes (quinta da esq. para dir.) aos 21 anos em intercâmbio na Universidade de Berkeley, 1988.

Complemento ao livro A Vaga é Sua
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Antes de trabalhar com jornalismo, você já tinha feito algum outro trabalho? Acha que sua experiência lá foi útil como jornalista?

Meu primeiro emprego foi em redação de jornal

O que você fez para aproveitar a faculdade ao máximo?

Aproximei-me dos professores que mais me interessavam. Buscava dicas de livros, discutia filmes e manchetes de jornal. Alguns colegas já tinham experiência em jornalismo e gostava de ouvir as histórias que traziam para a sala de aula. Gostava muito de fuçar publicações nas bancas de jornal e batia perna em sebos.

Quando sentiu que era o melhor momento para se especializar? Como fez sua especialização? Desde a faculdade, ou depois, com pós e cursos?

Fiz duas faculdades ao mesmo tempo - Jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco e História na Universidade Federal de Pernambuco. Desde a época da faculdade sabia que queria estudar mais. E comecei a buscar cursos de pós-graduação. Mas queria vir para São Paulo antes, pôr o pé no mercado de trabalho para depois sair para estudar. Foi o que fiz. Ao terminar História, deixei o Jornal do Commercio e vim para São Paulo em 1990. Depois de dois anos entre a Gazeta Mercantil e a Veja fui fazer fazer dois mestrados, um de Governo Comparado, na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne) e o outro de América Latina na Universidade de Londres.

Chegou a fazer estágios durante a faculdade? A experiência foi válida?

Como fazia dois cursos de graduação ao mesmo tempo e estudava francês, os estágios ficavam meio prejudicados, mas entrava em concursos de reportagem para estudantes e sempre dava um jeito de circular nos cursos e seminários que os jornais ofereciam. A TV Globo, por exemplo, recrutava estudantes de Jornalismo na época das eleições para ajudar e eu participei de uma delas.

Chegou a fazer intercâmbios? Como foram?

No último ano da faculdade concorri a uma bolsa do governo americano para um curso sobre jornalismo político que aconteceria durante a campanha presidencial de 1988 (Bush x Dukakis) e fui contemplada. Era a única brasileira num grupo de quase 20 jovens jornalistas de vários países que percorreu os Estados Unidos da costa leste a oeste durante cinco semanas. Participávamos de seminários em universidades, visitávamos redações de jornais, assistíamos a comícios e fazíamos entrevistas com candidatos. Ao final, tínhamos que apresentar um trabalho final, tipo matéria especial, com um tema a nossa escolha. O meu foi sobre o baixo comparecimento do americano nas eleições.

Antes de conseguir sua primeira vaga de jornalista, teve que enviar muitos currículos, fazer muitas entrevistas, teve muitas dificuldades? Como conseguiu o primeiro emprego de jornalista? Como você se saiu durante a seleção?

Meu primeiro emprego numa redação foi no Jornal do Commercio, entre a conclusão do curso de Jornalismo e o de História. Já tinha participado de um curto estágio lá. Tinha ganho dois prêmios locais de jornalismo como estudante e alguns de meus professores tinham contatos na redação. Tudo isso ajudou a me abrir algumas portas. A vinda para São Paulo foi facilitada pela indicação do correspondente da Gazeta Mercantil no Recife. Ele soube de uma vaga na Política e me indicou. Me chamaram para uma entrevista. Na verdade, foram três: com o editor-chefe, com a chefe de reportagem e com o editor de Política. Voltei para Recife e, uma semana depois, me chamaram.

Passou por algum "mico" ou situação diferente durante seu período de foca?

No meu primeiro ano na Gazeta Mercantil, quando tinha 23 anos, o editor de Política me mandou para Brasília cobrir o inicío do ano Legislativo no governo Collor. Caí de pára-quedas na Câmara no meio de uma votação. Ao terminá-la arrumei um telefone para avisar ao editor que o projeto havia sido aprovado. Ele me perguntou o placar. Eu respondi candidamente: "Não sei, era muita gente levantando o braço e não deu tempo de contar". Calmamente ele me falou: "Olha pra cima e vc vai ver um painel". Mico a gente passa até hoje, mas aprendi desde cedo que só o humor nos salva dessas situações.

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