12/02/2013 18h01 - Atualizado em 12/02/2013 18h01

Irmãos lutam para preservar a arte da xilogravura em município do Ceará

Eles herdaram a primeira tipografia da região do Ceará.
A técnica é usada para ilustrar a literatura de cordel.

Do G1 CE

Poeta e editor popular de prestígio, José Bernardo da Silva saiu de Alagoas, seu estado natal, em meados dos anos 1920 para fixar-se em Juazeiro do Norte, no Ceará, onde fundou a mais renomada editora popular do Ceará de todos os tempos. Inicialmente voltada à impressão dos folhetos do próprio José Bernardo e de outros poetas da região, a Tipografia São Francisco ganhou impulso com a aquisição dos direitos autorais das obras editadas por João Martins Ataíde. O acervo de mais de 200 obras de José Bernardo passou, com o fim da Tipografia São Francisco, para Lira Nordestina.

José Lourenço e o irmão Cícero, tem a xilogravura no sangue, são netos de Pedro Luiz Gonzaga, afilhado de José Bernardo. Eles herdaram a Lira Nordestina, maior tipografia da história do Ceará. Desde 1982, são eles que lutam para manter e desenvolver o cordel na região do Cariri. O cordel também é conhecido por outros nomes a partir da quantidade de páginas fr cada publicação: com 16, é chamado de folheto e com mais de 126, romance. "Tinha romance de quatro fascículos, tinha romance em sequência que era um livro", explica José Lourenço.

Mas além da literatura de cordel, a tipografia contribuiu para a educação na região ao imprimir as primeiras cartilhas do ABC e as primeiras tabuadas para as escolas do Cariri, em uma época em que apenas 3% da população sabia ler e escrever. "Hoje, o pouco que eu sei de ler e escrever, devo à literatura de cordel", admite Cícero Lourenço.

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