O buraco é mais embaixo

Repercussão do "corridão" que moradores do Rio Vermelho deram em invasores mostra que a questão é mais complicada: quantos no bairro têm terras regularizadas?

Não é um debate fácil. Muita gente apela a manifestações grosseiras, racistas, fascistas ou maniqueístas. Mas é sempre possível colher opiniões mais razoáveis ou menos rançosas. Recolhi algumas reações de leitores a propósito da coluna de terça, 22, que tratou da expulsão dos invasores chamados de Amarildos, de um terreno no Rio Vermelho. Ato que não teve qualquer relação com o poder público, mas com uma reação organizada, espontânea e violenta da própria comunidade local. Transcrevo-as, uma vez que são públicas e estão nas minhas páginas pessoais das redes sociais:

– Espero que a comunidade do Rio Vermelho tenha o mesmo comportamento no momento das eleições, com relação à criminalidade e invasões “legais”. Carlão Wendt

– A galera saiu bem rápido do Rio Vermelho porque lá tem muito terreno de invasão já. Quanto menos alarde pra isso, melhor. Por isso ficaram bem pouquinho tempo. Roberto Moura

– A ocupação no Rio Vermelho é individual. Que o diga um ex-vereador que implantou loteamentos em APPs (áreas de preservação permanente). Charles Martins

– Há algo que não cala: qual a origem dessas pessoas que foram repelidas do Rio Vermelho? De onde elas vieram? Reinaldo Joceli de Sousa

– Está na hora, mais que na hora, de nossas autoridades colocarem ordem na casa. Floripa não aguenta mais essas invasões a patrimônios públicos e particulares. Seja onde forem. Aqui não! George Alberto Peixoto

Sarrafada

“Há uns dois anos, o pessoal da Barra da Lagoa botou os traficantes para correr na base da sarrafada nos cornos. É só não inticar com a gente”. Henrique Santos, no Twitter (@henrique_meufig), sobre o corridão que os moradores do Rio Vermelho deram nos invasores de uma área do bairro.

Tem mais

Mais duas manifestações de leitores da coluna e do ND:

– Bem, uma grande parte dos moradores do Rio Vermelho também invadiu a terra, poluiu o meio ambiente e favelizou a região. Agora eles viraram heróis? 90% dos moradores da região nem são da cidade… Cristiano Passos

– Segundo os jornais de ontem o morador ‘nativo’ que atirou o rojão e quer pegar ‘no pau’ os ‘invasores’ é morador da favela do Siri, também uma ocupação. Boa parte dos imóveis do Rio Vermelho certamente não é regularizada. Alguns inclusive estão em área de preservação ambiental. O buraco é bem mais embaixo. Sérgio Murilo de Andrade

De volta

Há informações, que não consegui confirmar, de que a prefeitura de Florianópolis teria agido nos bastidores para viabilizar o retorno de muitos Amarildos às suas cidades de origem. Mais ou menos como fazem Balneário Camboriú, Blumenau, Jaraguá do Sul, entre outras, que estimulam os migrantes a voltarem para casa. Algumas prefeituras pagam alimentação e passagem de ônibus.

Mais miséria

E o que era um problema de Florianópolis passou a ser de Palhoça. Tanto a prefeitura quanto os vereadores, lideranças comunitárias e empresariais não aceitam a solução encontrada para acomodar os participantes do movimento Amarildo num terreno da Baixada do Maciambu. O pior de tudo é que Palhoça já tem a favela mais miserável do Sul do Brasil, a Frei Damião, e não há políticas públicas que deem conta de atender as demandas sociais.

Depredação

Rio Vermelho, partes de Ingleses, Campeche e Canasvieiras, são lugares da Ilha de Santa Catarina que mereceriam um pente fino, mas bota pente fino nisso, quanto a grilagem de terras, invasões, depredação de APPs e outras irregularidades. A questão é: quem terá coragem de enfrentar diferentes níveis de poder (econômico e eleitoral) concentrados nessas ocupações?

Corneta…

Que alarme ou circuito de câmeras, que nada! Cansados de assaltos e outros atos de violência, vizinhos de um bairro de classe média de Florianópolis adotaram uma medida muito simples: caso sejam vítimas de criminosos, disparam os sons de cornetas assim que os bandidos deixam suas casas.

… pega ladrão

Em residências de dois andares, os moradores têm uma corneta na parte de cima, outra na de baixo. Logo após a primeira cornetada, todos os vizinhos acionam seus instrumentos, formando uma grande sinfonia de “pega ladrão”. Quanto ao policiamento na região… Bem, deixa pra lá.

Gato no telhado

A Polícia Militar formou uma operação de guerra na madrugada de segunda-feira (21), porque havia denúncia de arrombamento de uma agência bancária na região da Beira-mar Norte, em Florianópolis. Não era bem um alarme falso, mas quase: apenas um consumidor de crack, conhecido dos PMs, que volta e meia arrebenta janelas ou portas de estabelecimentos comerciais no Centro.

Inovação

A Unisul vai ter um Centro de Inovação, em Tubarão, implantado a partir da articulação entre a universidade, o governo do Estado, a sociedade e os municípios de Tubarão e região. O convênio foi assinado pelo governador Raimundo Colombo e pelo vice-reitor e pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unisul, professor Mauri Luiz Heerdt.

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O Centro será gerador, difusor e receptor de inovação, potencializando o empreendedorismo e o desenvolvimento regional de forma sustentável.

Divulgação/ND

Hormônio

O inquieto Pedro Teixeira, conhecido artista plástico e tatuador Driin, apresenta a exposição Ocitocina a partir desta quinta, 24, na Cor Galeria de Arte, em Florianópolis. O trabalho do Driin é baseado na produção de imagens que retratam, através de formas, cores e principalmente sentimentos, uma maneira de ver o que parece oculto. Denominada “hormônio do amor”, a Ocitocina é capaz de conduzir o ser humano a estados alterados de sensibilidade, confiança e afeto.

Divulgação/ND

120 anos

Em comemoração ao aniversário de Palhoça, que chega a 120 anos nesta quinta-feira (24), o prefeito Camilo Martins participou da sexta edição da Caminhada da Paz. Ao final do evento, que marcou o início das festividades, Camilo cortou o bolo comemorativo e, com o auxílio da esposa, serviu os presentes. No próximo domingo (27), o show nacional de Paula Fernandes encerra o calendário de aniversário.

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