Política

Faz Diferença: O GLOBO premia os destaques no país em 2012

Cerimônia aconteceu no Hotel Copacabana Palace

Personalidade do Ano: Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do mensalão
Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Personalidade do Ano: Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do mensalão Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

RIO - Escolhido Personalidade do Ano na 10ª edição do Prêmio Faz Diferença, o presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, defendeu que a vida pública deve ser vigiada pela imprensa, ao agradecer o prêmio, entregue na noite desta quarta-feira, em cerimônia no Hotel Copacabana Palace. Segundo Barbosa, a transparência e abertura total e absoluta devem ser a regra. Além do presidente do STF, outros 17 brasileiros que contribuíram com seu talento e profissionalismo para mudar o país em 2012 foram premiados pelo jornal O GLOBO. Desde 2003 já foram homenageadas mais de 170 pessoas, empresas ou instituições.

— Eu me sinto honrado em receber este prêmio. Não é só uma honra, pois o prêmio também me traz algumas singularidades. Comecei minha vida profissional pela imprensa na elaboração de jornais que iniciaram na tão nova capital federal e, em seguida, no jornal publicado no Senado Federal. A segunda singularidade é que vejo que a vida pública deve ser e tem que ser vigiada pela imprensa. Não consigo ver a vida do Estado e de seus agentes e personagens sem a vigilância da imprensa. Na minha concepção, a transparência e abertura total e absoluta devem ser a regra. Não se deve ter mistério para aqueles que exercem a atividade pública que eu exerço atualmente — disse o magistrado. (Assista ao vídeo)

Barbosa, que em 2007 recebeu o Faz Diferença na categoria País, recebeu o prêmio este ano pelas mãos do diretor de Redação do GLOBO, Ascânio Seleme, e do vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho. O homenageado destacou, ainda, a sinergia entre a imprensa e o Judiciário:

— É uma sinergia grande, importante e relevante para um setor tão impenetrável, que tem a missão de julgar. Vou continuar fazendo o que sempre fiz: ter sempre o interesse público em primeiro lugar — disse Barbosa, aplaudido pelos convidados.

No dia 4 de maio, a convite da Unesco, o presidente do Supremo participará de uma conferência em São José da Costa Rica, pela liberdade de expressão.

— Espero neste evento poder relatar a robustez da imprensa do nosso país e o papel na nossa democracia, principalmente no setor ao qual pertenço, que é o Poder Judiciário — afirmou o presidente do STF.

Como nas edições anteriores, os colunistas Ancelmo Gois e Miriam Leitão apresentaram o prêmio, que tem o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e direção de Rodrigo Cebrian.

Ayres Britto recebe prêmio na categoria País

Este ano, o ganhador na categoria País é o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Carlos Ayres Britto. Ele agradeceu à mulher, Rita Ayres Britto, pela presença constante em sua vida. Durante o discurso, citou Charles Chaplin e o escritor inglês William Shakespeare. Ele recebeu o prêmio das mãos da editora de País, Fernanda da Escóssia, e de Marcelo Moraes, diretor Geral da Infoglobo.

— Eu já disse isso em público e estou repetindo: a mulher com quem durmo e acordo é também a mulher dos meus sonhos — disse, acrescentando: — Eu me sinto extremamente feliz e honrado por receber um prêmio com nome tão sugestivo: Faz Diferença. Me sinto ainda mais privilegiado pelo destino em face da oportunidade que tive de servir ao país na Suprema Corte.

Durante sua fala, Britto salientou a importância do Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “casa de se fazer destino”. Enquanto esteve na instituição, por nove anos, dizia aos colegas “que quem chega ao STF não tem sequer o direito ao mau humor”.

— São tantas as possibilidades de arejar mentes, tantas chances de contribuir para a modernidade do país, que ficar de mau humor é como um canal de dispersão de energia. — afirmou. — O fato de eu e Joaquim Barbosa termos conquistado o Faz Diferença mostra que a sociedade está conhecendo mais o STF, que vem entendendo com mais clareza o seu papel de instituição concretizadora da lei maior do país, que é a Constituição. O STF se aproxima da sociedade, que retribui.

Liszt Vieira: ganhador na categoria Rio

Primeiro a subir ao palco para receber o prêmio na categoria Rio, o presidente do Jardim Botânico, Liszt Vieira, dedicou o Faz Diferença a todos que trabalham com ele na instituição e ao paisagista Burle Marx. O editor de Rio, Gilberto Scofield Jr., e a editora dos Jornais de Bairro, Adriana Oliveira, entregaram o troféu ao ambientalista, que chegou emocionado ao Copacabana Palace, pelo reconhecimento do seu trabalho em defesa do patrimônio público.

— Divido o prêmio com todos os diretores do Jardim Botânico e digo que dois fatores beneficiam esta luta. Um é a legislação ambiental brasileira e o outro é o tombamento do horto do Jardim Botânico com base no brilhante parecer do paisagista Burle Marx. É a ele que eu dedico este prêmio. (Assista ao vídeo) .

Alexandre Feitosa, o premiado na categoria Mundo

Mesmo em recuperação de um AVC, ocorrido em maio do ano passado, o capitão de mar e guerra Alexandre Feitosa fez questão de receber o prêmio, na categoria Mundo, pessoalmente. Ele, que coordenou a logística da primeira missão da ONU na Síria, disse que a maior mensagem que trouxe de lá foi o fato de que ser brasileiro é o melhor cartão de visitas que se pode ter.

— Esse cartão de visita abre portas e aumenta as chances de diálogos, negociações e conversas — disse Alexandre, que recebeu o prêmio da editora de Mundo, Sandra Cohen, e do editor de imagens multiplataforma Ricardo Mello. (Assista ao vídeo) .

Édison Carlos levou o prêmio na categoria Revista Amanhã

Vencedor na categoria Revista Amanhã, o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, ressaltou as desigualdades que ainda existem no país e lembrou os desafios que precisam ser enfrentados para levar condições adequadas de saneamento a todos os lugares.

— Quero agradecer ao GLOBO, dar parabéns pelos dez anos do prêmio, agradecer minha família que me suporta viajando por todo este país, tentando convencer que o Brasil precisa do básico. O Brasil é um gigante com um pé no século XXI e outro no século XIX. É um orgulho ver Zilda Arns ser eterna embaixadora do prêmio — disse Édison, que recebeu o troféu da editora da Revista Amanhã, Liana Melo, e de Jason Vogel, editor do caderno Carro etc. (Assista ao vídeo) .

Jerson Lima e Silva levou na categoria Ciência/Saúde

O médico e pesquisador Jerson Lima Silva, ao receber o prêmio na categoria Ciência/Saúde das mãos de Ana Lúcia Azevedo, editora de Saúde e História, e Sérgio Fadul, chefe da sucursal do GLOBO de Brasília, agradeceu aos pais e ressaltou que a atividade científica é coletiva.

— O avanço da ciência nos últimos dez anos foi enorme, mas é preciso mais. Temos jovens talentos no Brasil. Quero dedicar esse prêmio aos meus pais, pois a família é a coisa mais importante da vida. E aos meus alunos e colaboradores. (Assista ao vídeo) .

Selton Mello, o escolhido na categoria Cinema

Eleito pela equipe do Segundo Caderno na categoria Cinema, o mineiro Selton Mello subiu ao palco do Copacabana Palace emocionado por ter ganhado uma homenagem de seu colega Paulo José. Antes da premiação, a plateia assistiu a um vídeo com um depoimento do ator, que foi dirigido por Selton no longa-metragem “O Palhaço”. No vídeo, Paulo elogia a retidão das escolhas de Selton no set.

— Botar o Paulo para falar me quebrou no meio. Este prêmio é uma flor que colhemos aqui — diz o ator, que recebeu o troféu da editora do Segundo Caderno, Fátima Sá, e do Editor do Site do GLOBO, Eduardo Diniz. Este ano, Selton vai estrelar o longa “Soundtrack”, do coletivo brasileiro 300 ml. (Assista ao vídeo) .

Gal Costa recebeu prêmio na categoria Música

Quem também gravou uma mensagem em vídeo foi Caetano Veloso, para homenagear a cantora Gal Costa, vencedora na categoria Segundo Caderno/Música. Gal recebeu o prêmio do editor de Opinião do GLOBO, Aluízio Maranhão, e da editora do Rio Show, Inês Amorim. Caetano disse que estava muito feliz por ela, e que Gal logo que nasceu já fazia diferença. Ela agradeceu a Caetano e ao afilhado, Moreno Veloso, idealizadores do seu show Recanto.

— Divido esse prêmio com Caetano e Moreno. Se não fossem eles, não haveria esse projeto. Caetano me instigou. (Assista ao vídeo) .

“Avenida Brasil” levou o prêmio na categoria Revista da TV

Um dos momentos marcantes da noite foi a exibição de uma montagem com cenas da novela "Avenida Brasil", da TV Globo, vencedora na categoria Revista da TV. A vilã número 1 da teledramaturgia brasileira da última década, Carminha, personagem de Adriana Esteves, roubou a cena ao analisar a vitória da novela e falar da importância do texto escrito por João Emanuel Carneiro. O autor do folhetim recebeu a premiação das mãos de Valquíria Daher, editora da Revista da TV, e da colunista Patrícia Kogut, e chamou ao palco os diretores da novela Amora Mautner e João Luiz Villamarim.

— Sem eles, nada teria acontecido — disse João Emanuel. (Assista ao vídeo) .

Assim que subiu ao palco, a diretora Amora Mautner teceu elogios ao trabalho do autor:

— Fazer diferença com texto do João Emanuel é fácil.

Faustini recebe prêmio na categoria Revista O Globo

Revelado para cultura carioca como diretor teatral e documentarista, Marcus Vinicius Faustini ganhou o Faz Diferença por seu trabalho como aglutinador de jovens da periferia do Rio. Cerca de mil adolescentes de 22 comunidades integram o projeto de ação cultural Avenida Brasil, que levou o cineasta e encenador a ser premiado na Inglaterra. Faustini nasceu e cresceu no Cesarão, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, onde iniciou sua trajetória popular. Ele foi premiado na categoria Revista O Globo, e recebeu o prêmio das mãos da editora Gabriela Goulart e do editor-executivo Pedro Doria.

— Precisamos quebrar o estereótipo de que a favela é carente e não potente, como eu acredito. Pertenço a uma geração que procurou acabar com a invisibilidade das favelas. Eu inventei projetos para integrar a juventude — diz Faustini. ( Assista ao vídeo) .

Bibi Ferreira: prêmio na categoria Teatro

Aplaudida duas vezes por uma plateia que gritava, em pé, “Canta! Canta!”, a atriz, cantora e diretora teatral Bibi Ferreira, aos 90 anos, foi a sensação da primeira metade da festa do Faz Diferença. Ela, que recebeu o prêmio das mãos da editora do Globo A Mais, Fernanda Delmas, e do colunista Joaquim Ferreira dos Santos, cantou "La vie em Rose", da cultuada cantora francesa Edith Piaf, para satisfazer os presentes. Ao fim da apresentação, teve que ser ajudada pela equipe do prêmio pois sentiu uma dor no pé.

— Eu não estou afinada — disse a cantora para divertir a plateia, exercitando sua modéstia. — No teatro, a gente tem sempre uma preocupação de que na última fila a audiência consiga escutar o ator. Eu sempre fico nervosa. Eu sei representar bem até o bastidor, mas quando saio fico nervosa, sobretudo num caso como esse, que é improviso. Meu pai (o ator Procópio Ferreira) dizia sempre: o improviso tem que ser curto. (Assista ao vídeo) .

Festa das UPPs leva prêmio na categoria Prosa

Premiada na categoria Prosa, a Festa Literária Internacional das UPPs (Flupp), que teve sua primeira edição em 2012, no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, foi representada por seus organizadores: a crítica literária e professora da UFRJ Heloísa Buarque de Hollanda, o ex-secretário de Cultura de Nova Iguaçu Écio Salles, o escritor Julio Ludemir e o antropólogo Luiz Eduardo Soares. Eles receberam o prêmio da editora do Prosa, Manya Millen, e do editor de Arte do GLOBO, Leo Tavejnhanski.

— Quero agradecer ao GLOBO e à Firjan. A gente começou a Flupp em 2010 numa mesa de bar, pensando em projeto para incluir literatura no processo de transformação do Brasil. Nós achávamos que podíamos inserir a literatura nessas mudanças, e tivemos a honra de contar com a Heloísa e o Luiz Eduardo para tornar isso possível. Obrigado — disse Julio Ludemir. (Assista ao vídeo) .

Zé Roberto Guimarães foi premiado na categoria Esportes

O técnico da seleção brasileira de vôlei e bicampeão olímpico, José Roberto Guimarães, que recebeu o Prêmio Faz Diferença na categoria Esportes, lembrou que técnico não ganha medalha nos Jogos Olímpicos e fez uma declaração de amor à mulher. O troféu foi entregue a Guimarães pelo editor de Esportes, Marceu Vieira, e pelo editor de Qualificação e Treinamento, Mário Toledo.

— Ver o time brasileiro em festa no alto do pódio é a minha medalha. E o momento que mais mexe comigo é o hino brasileiro. Para mim, é um momento sublime dos Jogos — disse, acrescentando: — Mas para chegar a um momento desse, tenho que agradecer a muitas pessoas, principalmente à minha mulher Alcione, que foi a todas as igrejas de Londres e rezou muito para que conseguíssemos a medalha. Ela é a minha cara metade e a mulher da minha vida. (Assista ao vídeo) .

Presidente da Petrobras foi a homenageada na categoria Economia

Ao agradecer a premiação na categoria Economia, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, lembrou de todos os 85 mil funcionários da estatal. Ela disse que a homenagem serve de estímulo para que ela seja ainda mais dedicada à companhia. Graça recebeu o prêmio da editora de Economia, Cristina Alves, e da Editora Executiva do GLOBO, Silvia Fonseca.

— Estamos sempre trabalhando a favor do acionista controlador, do minoritário. A Petrobras faz diferença na minha vida. Trabalhar a favor da Petrobras é trabalhar a favor do Brasil. Quero agradecer aos repórteres de energia, em especial à Ramona (Ordoñez, repórter do GLOBO), ao Ancelmo (Gois, colunista) e à Miriam Leitão. O GLOBO, para mim, é uma ferramenta de trabalho — disse Graça, que também agradeceu à sua neta, Priscila. (Assista ao vídeo) .

Isadora Faber, a escolhida na categoria Educação

Dona da página “Diário de Classe” no Facebook e premiada mais jovem deste ano, a estudante Isadora Faber citou o jornalista Roberto Marinho ao receber o Faz Diferença na categoria Educação. A história da catarinense de 13 anos ganhou projeção nacional após sua atuação na internet, por expor os problemas da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, onde estuda. Isadora recebeu o troféu do editor de Educação Willian Helal e do editor Executivo Paulo Mota.

— Eu li um dia e tenho sempre comigo a frase do grande jornalista e fundador do jornal O GLOBO, Roberto Marinho. “Acreditamos nos sonhos e construímos a realidade”. Eu acredito, sim, que juntos é possível transformar. Hoje sei que tem muita gente que quer mudar e tenho certeza de que, com compromisso e responsabilidade, tudo é possível. (Assista ao vídeo) .

Prêmio na categoria Economia/Desenvolvimento do Rio foi para a L'Oréal

Eleita na categoria Economia/Desenvolvimento do Rio, a empresa L'Oréal foi representada por seu presidente, Didier Tisserand. Ao receber o prêmio de Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema Firjan, e de Sandra Sanches, diretora da Unidade O GLOBO, ele dedicou o troféu aos 2,5 mil funcionários da empresa. Tisserand ainda brincou com a plateia, falando que o seu sotaque é o que está fazendo diferença.

— É uma honra receber esse prêmio. Estamos investindo muito no Rio. (Assista ao vídeo) .

Alex Atala recebeu o prêmio na categoria Caderno Ela

Com um discurso bastante otimista em relação ao futuro do país, o chef Alex Atala, vencedor na categoria Caderno Ela, recebeu o troféu das mãos da editora do Ela, Ana Cristina Reis, e do editor de Fotografia do GLOBO, Alexandre Sassaki.

— Acredito no Brasil, acredito no Rio de Janeiro, acredito em mim, acredito em cada um de nós. Nós fazemos a diferença. (Assista ao vídeo) .

Prêmio na categoria Artes Visuais foi para o CCBB

Representando o CCBB, Hugo Paiva, executivo da diretoria de marketing da instituição, recebeu o troféu de Carla Lencastre, editora do caderno Boa Viagem, e de Nívia Carvalho, editora de Mídias Sociais.

— Faz diferença receber um prêmio do GLOBO. O Banco do Brasil agradece e promete honrar o prêmio, mantendo a qualidade em primeiro lugar na escolha das exposições e no fomento às artes — discursou Paiva. (Assista ao vídeo) .