Existe a placa indicando que tem fiscalização eletrônica na avenida. Mesmo assim, o técnico em eletrônica Ulisses Cotes acelerou mais do que o limite de 60 quilômetros por hora. “Foi um pouco de distração, porque eu sei que a avenida tem vários radares. Mas é um radar novo que eu não conhecia e estava mal sinalizado. Eu não vi a sinalização de radar”, admite.
Em São Paulo, o número de multas por excesso de velocidade cresceu 70% nos primeiros nove meses do ano passado em relação ao mesmo período de 2010. Em Belo Horizonte, mais que dobrou. Em 2012 o aumento pode ser ainda maior, porque os radares não precisam mais ser sinalizados.
“É meio ruim, porque você não vê”, reclama um motorista. “É bom, porque a gente mantém uma velocidade normal”, defende outro.
A regulamentação para o uso desses aparelhos também vale para os equipamentos móveis. Qualquer tipo de radar regulamentado pelos órgãos de trânsito pode ser instalado em qualquer lugar sem aviso aos motoristas. A expectativa é que haja uma mudança de comportamento de quem insiste em desrespeitar os limites de velocidade.
Em uma rodovia, o limite é de 90 quilômetros por hora, mas carros circulam a até 108 ou a 113 quilômetros por hora. Muitos só pisam no freio quando passam pelo radar. Para o especialista de trânsito Paulo Adhemar, o comportamento pode mudar quando a infração pesar no bolso.
“Daqui a pouco nós vamos acostumar com essa nova realidade que em outros países já existe. Aí sim nós vamos passar. A velocidade é essa? Não importa qual seja, vou manter a velocidade determinada para a via e isso vai se tornar cultura. Não tenha dúvida: os acidentes vão diminuir em razão disso”, acredita o especialista de trânsito Paulo Adhemar.
