30/06/2015 21h39 - Atualizado em 30/06/2015 22h07

'Estão brincando com fogo', diz Barbosa sobre votação da maioridade

Ex-presidente do Supremo chamou redução da idade penal de 'insensatez'.
Câmara discute reduzir para 16 anos a idade penal em crimes graves.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília

Joaquim Barbosa posta nmo Twitter mensagem contra a redução da maioridade penal (Foto: Reprodução / Twitter)Joaquim Barbosa posta mensagem contra a redução da maioridade penal (Foto: Reprodução / Twitter)

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente da Corte Joaquim Barbosa afirmou na noite desta terça-feira (30) em sua conta no microblog Twitter que apoia a posição do governo contrária à redução maioridade penal e que "estão brincando com fogo" ao colocar o assunto em discussão.

Deputados discutem nesta terça-feira em plenário proposta de emenda à Constituição que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal em casos de crimes graves. A mudança em análise é válida para para jovens que cometerem crimes hediondos (como latrocínio e estupro), homicídio doloso (intencional), lesão corporal grave, seguida ou não de morte, e roubo qualificado.

"Maioridade penal: eu apoio integralmente a posição do governo federal, contrária à redução da maioridade penal. Estão brincando com fogo!", afirmou o ministro aposentado na publicação. "Quem conhece as prisões brasileiras (e os estabelecimentos de "ressocialização" de menores) não apoia essa insensatez", postou em seguida.

O texto em discussão na Câmara estabelece que jovens entre 16 e 18 anos cumprirão a pena em estabelecimento separado dos maiores de 18 anos e dos adolescentes menores de 16 anos. Para ir ao Senado, a proposta precisa ser aprovada em dois turnos com o voto de pelo menos 308 deputados.

Para Joaquim Barbosa, a mudança pode trazer "combustivel para a violência". "A violência já é uma das marcas do Brasil. Estão adicionando um poderoso combustível a essa violência. Aguardem.", publicou. “Desconfiemos dos propósitos e da ideologia dessa maioria parlamentar que quer impor a sua agenda ao nosso país”, completou.

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