O conjunto de afrescos pintados por Candido Portinari na casa onde viveu durante a infância e juventude em Brodowski (SP) será restaurado. O edital de licitação das obras será publicado em julho, mas o local, onde hoje funciona o museu Casa de Portinari, estará fechado para visitação a partir desta sexta-feira (22).
Por telefone, a assessoria da Secretaria Estadual da Cultura informou que, durante uma inspeção há duas semanas, especialistas constataram que as tintas estão se desprendendo das paredes. O problema estaria acontecendo principalmente na “Capelinha da Nona”, que reúne sete afrescos pintados por Portinari na década de 1940 em homenagem à avó.
O laudo assinado pelo restaurador Júlio Moraes não afirma com exatidão as causas do problema, mas indica que a presença de pessoas nos ambientes dos afrescos provoca mudanças bruscas de temperatura que afetam as pinturas.
A assessoria da Secretaria da Cultura não soube informar se há algum projeto de climatização previsto. Também não há prazo para que a restauração seja iniciada.
Museu
Construído no início do século passado, o imóvel foi desapropriado pelo governo de São Paulo em 1969 e transformado em museu um ano depois. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat).
A diretora do museu, Angélica Fabbri, explicou que o museu passou por seis restaurações, sendo a última há nove anos. Dessa vez, segundo ela, além da restauração das pinturas, as estruturas da casa também serão reforçadas. “Não adianta restaurar a obra sem proteger o prédio. É um processo necessário para preservação do patrimônio que não é só da nossa região, mas pertence ao país”, disse.