08/04/2013 08h36 - Atualizado em 08/04/2013 12h25

Cuiabá chega a 294 anos de história em nova fase de desenvolvimento

Aniversário da fundação de Cuiabá é comemorado nesta segunda-feira (8).
Obras da Copa coincidem com fase de mudança no perfil do cuiabano.

Dhiego Maia e Renê DiozDo G1 MT

Catedral Metropolitana de Cuiabá (Foto: Dhiego Maia/G1)Região central de Cuiabá tem passado por mudanças ao longo do tempo (Foto: Dhiego Maia/G1)

Embora não tão sugestiva quanto os vindouros 300 anos, a idade a que Cuiabá chega neste 8 de abril marca um dos momentos mais cruciais na história da cidade. Nunca tantas transformações estiveram em curso ao mesmo tempo e mexendo tanto com a vida da população quanto agora, quando a capital mato-grossense comemora seus 294 anos de fundação.

Os preparativos para a Copa de 2014 [obras de estádio, mobilidade urbana e outros] se somaram a um processo já em andamento de modernização da “Cidade Verde” e de transformação do perfil de seus habitantes. Quando a capital foi anunciada como uma das sedes do evento mundial no Brasil, já havia perdido há muito tempo aquele aspecto pacato que foi característico até a cidade sofrer o boom demográfico superior a 112% entre as décadas de 70 e 80.

Motivada pelas oportunidades da economia local, esta chegada de “paus-rodados” [expressão cuiabana que denomina os migrantes] de todas as regiões do país também já alterara o perfil do cuiabano. Manteve-se o espírito acolhedor e hospitaleiro cultivado durante os dois séculos de isolamento da cidade. Entretanto, o sotaque ganhou novos fonemas, o cotidiano adquiriu o ritmo acelerado dos grandes centros e novas tribos se formaram com a expansão das periferias.

Esta modernização teve seu custo. Após finalizada a expressiva expansão demográfica que lhe modificou o perfil, os cuiabanos convivem cada vez mais com problemas advindos da urbanização. Transportes públicos precários, parca estrutura de saneamento básico, que culmina todos os anos com alagamentos nos mesmos locais, e serviços públicos sobrecarregados, entre outros, passaram a alimentar um clamor por qualidade de vida.

infografico Cuiabá (Foto: G1)

Não é por menos que os aniversários da cidade são quase, invariavelmente, comemorados com saudosismo, com lembranças de “um tempo bom que não volta mais”, como diz a letra da canção “Piché”.

Mas a nova Cuiabá que renasce na segunda década do século XXI tem um projeto arrojado. Aproveitando as benesses da Copa do Mundo de 2014, a cidade vislumbra crescer 30 anos em três. Rasgada de uma ponta a outra por obras, a infraestrutura viária da capital vai ganhar trincheiras, viadutos, novas pontes.

De acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), ao todo, 15 obras de mobilidade urbana estão em andamento. A capital também vai contar com um modal de transporte moderno: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Os investimentos para tudo isso chega à casa do bilhão.

A Grande Cuiabá, que abrange o município de Várzea Grande, já beira o 1 milhão de habitantes. Segundo a Secretaria de Turismo de Mato Grosso (Sedtur), 887 mil pessoas se hospedaram nos hotéis da região metropolitana em 2012. A maior parte dos ocupantes esteve na região participando de eventos e feiras de negócio.

Cuiabá também já influencia estados circunvizinhos como Rondônia, Pará, Acre e até a Bolívia com o envio de mão de obra qualificada. Sem querer perder a tradição, marca registrada ao longo de quase três séculos de existência, e também o caminho do desenvolvimento, o desafio de Cuiabá nos próximos anos é dar ganho de qualidade à prestação de serviços. O setor é o que mais movimenta a economia cuiabana.

Vivendo agora em meio a um imenso canteiro de obras, suportando engarrafamentos e demais limitações práticas, o habitante desta Cuiabá em transformação nutre expectativas em relação a esta nova cidade que pretende se integrar cada vez mais a negócios, estabelecimentos e empreendimentos inéditos.

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