Economia Imóveis

A cor como ponto de partida

Como combinar móveis, paredes e pisos, de acordo com o tom de cada um

No projeto de Marise Kessel e Carmem Zaccaro, da foto do alto, predominam o laranja e do vermelho com detalhes em azul claro
Foto: Paula Giolito
No projeto de Marise Kessel e Carmem Zaccaro, da foto do alto, predominam o laranja e do vermelho com detalhes em azul claro Foto: Paula Giolito

Normalmente, o ponto de partida de um projeto de decoração é um estilo, um móvel bacana, uma obra de arte imprescindível, um objeto de design. Mas pode ser simplesmente uma cor. E, nesse caso, para não errar na mão e transformar o ambiente numa grande confusão visual, é preciso definir uma combinação de cores harmônica, de preferência com algum tom neutro como branco, preto, cinza ou até a madeira, para um resultado equilibrado.

E é possível fazer isso até com uma certa ousadia, misturando padronagens de estampas e cores fortes. Na sala de estar que Katia Ibrahim fez para uma jovem da Barra da Tijuca, por exemplo, a poltrona Egg, em tecido verde estampado, caiu bem com o arabesco do tapete, apesar das padronagens bem diferentes. Graças ao cinza e ao preto que prevalecem no ambiente.

Já as arquitetas Carmem Zaccaro e Marise Kessel abusaram do colorido na sala de um apartamento ocupado por mãe e filha. O ponto de partida foi a mesa de centro laranja: paixão à primeira vista das proprietárias. Depois, veio o tecido de listras coloridas e fundo cinza para forrar um dos sofás, poltronas de madeira e palha com estofado vermelho e objetos dentro dessa mesma paleta variada de cores. O azul forte das luminárias e clarinho nas listras do sofá ajuda a amenizar os tons fortes, assim como paredes e cortinas brancas.

— O laranja é uma cor que permite várias combinações: fica bem com azul, rosa. Mas a base neutra é fundamental — ensina Carmem Zaccaro.

O tom também foi o escolhido para dar destaque a outros dois projetos. Na cozinha dos arquitetos Fernanda Bessone e Raul Moras, a combinação ficou por conta do prata, dos armários e do inox dos eletrodomésticos, e o preto da bancada em granito. Um cuidado especial dos profissionais foi fazer um frontispício (aquele espaço entre pia e armários) mais alto, para que não houvesse um outro elemento, como cerâmica ou pastilhas, no ambiente.

Já para a arquiteta Solange Medina, usar o laranja foi a maneira de dar vida a uma sala de 130 metros quadrados com quatro ambientes onde predominavam preto, branco e cinza. Como os moradores são um casal jovem, ela optou por toques da cor em alguns pontos, como no tecido de poltronas e em objetos e peças menores de cada espaço.

— A escolha das cores deve ser casada com a do mobiliário maior, para não haver erros nos outros detalhes depois.