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Política

Doação de santinhos para partido rival causa briga no PSC-PR

11 set 2012 - 09h56
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Carlos Ohara
Direto de Maringá

A doação de 390 mil santinhos e 1 mil cartazes realizada pelo diretório municipal do PSC de Maringá, a 324 km de Curitiba, ao PDT de Corumbataí do Sul, vizinha a 120 km, gerou uma situação inusitada na campanha política. Colocou de lado opostos membros do mesmo partido e revelou uma disputa de deputados federais por base partidária nos municípios.

Material de campanha doado a candidato rival em outra cidade colocou deputados federais em lados opostos
Material de campanha doado a candidato rival em outra cidade colocou deputados federais em lados opostos
Foto: Reprodução

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A doação do material foi feita para a campanha do candidato do PDT, Carlos Caxão, principal adversário da candidata do PSC local, Nair Marques De Souza Literoni, conhecida como "professora Nair". A assessoria de imprensa da executiva estadual, presidida no Paraná pelo candidato à prefeito de Curitiba, Carlos Roberto Massa "Ratinho" Junior, qualificou a doação como "um grande engano" e informou que estão sendo adotadas providências para reparar a ação.

O PSC de Corumbataí do Sul protocolou representação na Zona Eleitoral da cidade, solicitando o recolhimento do material e a retração do diretório do PSC de Maringá. O juiz da comarca de Barbosa Ferraz, Daniel Belingieri, considerou improcedente o pedido, entendendo que a doação atendeu as exigências da lei eleitoral, informando o CNPJ do diretório do partido em Maringá, como doador, e a tiragem dos impressos.

Insatisfeita com a doação, a candidata do PSC de Corumbataí do Sul diz que pretende ingressar na justiça comum com uma ação de indenização por perdas e danos contra o diretório do PSC de Maringá e contra o deputado federal Edmar Arruda, que deu ordem para doação.

"Trabalhei duro durante um ano para levantar o partido na cidade e o próprio PSC quer agora me enterrar", disse ela. Segundo Nair, a doação para o adversário ocorreu porque ela teria se recusado a trabalhar na cidade para Edmar Arruda, por ter assumido um compromisso anterior com o deputado federal Nelson Padovani, do diretório do PSC de Cascavel, a 223 km.

"Isso foi uma retaliação e provocou graves prejuízos para nossa campanha. Nossos adversários dizem que não temos apoio do próprio partido e virei motivo de chacota aqui na cidade", reclama a professora, que quer ser reparada por prejuízos financeiros e danos morais.

Picuinha

De acordo com o deputado Edmar Arruda, que preside o PSC em Maringá, a doação ao candidato adversário do partido ao qual ele é membro, foi "uma falha administrativa". Arruda explicou que a autorização para a impressão do material foi dada por ele, na pessoa física.

"A autorização encaminhada para a gráfica, no entanto, estava em nome do PSC. Um equívoco. Para corrigir, eu doei o valor deste material para o diretório municipal e ofertei a mesma quantidade para a candidata do PSC de Corumbataí do Sul, que não conheço direito e nem sei o nome. Ela recusou a doação", disse Arruda.

Ele negou qualquer retaliação e disse que a doação para o candidato do PDT ocorreu por pedido de um amigo, ligado a campanha do adversário do PSC e que trabalhou na campanha para a câmara em 2010. "O resto é picuinha. Não tem nada de ilegal na doação e nem retaliação. Mesmo porque só fiz 70 votos em Corumbataí do Sul", afirmou o deputado federal.

O colega de casa Nelson Padovani classificou a atitude de Arruda como "uma covardia contra a candidata do nosso partido". No entendimento dele, o presidente do PSC de Maringá tem buscado implantar bases de apoio no lugar errado. "O pessoal do diretório do PSC de Corumbataí me escolheu para representá-los porque sou agricultor e conheço os problemas da região. Não tentei impor meu nome. Fui escolhido", disse ele. Padovani prometeu levar o caso para ser discutido pela executiva nacional do partido.

Fonte: Especial para Terra
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