Incerteza económica aumentou procura mundial de obras de arte

Relatório indica que os investimentos estão a passar das acções e títulos para activos físicos, como arte.

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A exposição trouxe à Gulbenkian trabalhos de grandes mestres da pintura europeia Daniel Rocha

O interesse mundial pela aquisição de obras de arte como activos financeiros tem vindo a aumentar, face à incerteza económica mundial, indica um relatório elaborado por duas empresas internacionais do mercado da arte e finanças.

Esta é uma das conclusões do relatório Art & Finance 2013, publicado pela empresa de consultoria financeira Deloitte, do Luxemburgo, em parceria com a Art Tactic, empresa de consultoria do mercado de arte.

De acordo com o relatório - que analisa o inquérito a mais de 200 bancos privados, coleccionadores de arte e galerias - os investidores estão a mudar o seu foco de investimento das acções e títulos para os activos físicos como a arte.

O mesmo documento indica que, além do aumento do mercado global de arte, cresceu o conceito de arte como classe de activos financeiros e "emerge um novo tipo de serviços profissionais na área de arte e finanças".

"Para os gestores de riqueza, a concorrência deixou de ser a principal motivação para a inclusão de peças de arte no tradicional conceito de fortuna: o factor-chave é a exigência do cliente”, sustenta Adriano Picinati di Torcello, director da Deloitte Luxemburgo.

O barómetro que mede o sentimento em relação à arte como investimento, a empréstimos de arte e ao clima económico em geral aumentou de 32 para 42 por cento, segundo o documento.

Este relatório indica ainda que 60 por cento dos gestores de riqueza inquiridos acreditam que, no futuro, a indústria irá assistir a uma procura de activos “coleccionáveis e emocionais ainda mais forte".

Na China, apesar de uma queda nas vendas, o mercado de arte registou um crescimento de 69 por cento e atingiu 1,62 mil milhões de dólares no final de 2012.

O relatório aponta ainda que, apesar da crise económica na Europa, os tradicionais credores de arte, como o Emigrant Bank Fine Art Finance que oferece financiamento nesta área, reforçaram a presença no mercado.

No Reino Unido, indica o documento, "o aumento das vendas russas fez renovar o interesse. O mercado de leilões de arte moderna e contemporânea russa em Londres cresceu 18 por cento, sinalizando um crescente destaque neste segmento".

 

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