Incerteza económica aumentou procura mundial de obras de arte
Relatório indica que os investimentos estão a passar das acções e títulos para activos físicos, como arte.
O interesse mundial pela aquisição de obras de arte como activos financeiros tem vindo a aumentar, face à incerteza económica mundial, indica um relatório elaborado por duas empresas internacionais do mercado da arte e finanças.
Esta é uma das conclusões do relatório Art & Finance 2013, publicado pela empresa de consultoria financeira Deloitte, do Luxemburgo, em parceria com a Art Tactic, empresa de consultoria do mercado de arte.
De acordo com o relatório - que analisa o inquérito a mais de 200 bancos privados, coleccionadores de arte e galerias - os investidores estão a mudar o seu foco de investimento das acções e títulos para os activos físicos como a arte.
O mesmo documento indica que, além do aumento do mercado global de arte, cresceu o conceito de arte como classe de activos financeiros e "emerge um novo tipo de serviços profissionais na área de arte e finanças".
"Para os gestores de riqueza, a concorrência deixou de ser a principal motivação para a inclusão de peças de arte no tradicional conceito de fortuna: o factor-chave é a exigência do cliente”, sustenta Adriano Picinati di Torcello, director da Deloitte Luxemburgo.
O barómetro que mede o sentimento em relação à arte como investimento, a empréstimos de arte e ao clima económico em geral aumentou de 32 para 42 por cento, segundo o documento.
Este relatório indica ainda que 60 por cento dos gestores de riqueza inquiridos acreditam que, no futuro, a indústria irá assistir a uma procura de activos “coleccionáveis e emocionais ainda mais forte".
Na China, apesar de uma queda nas vendas, o mercado de arte registou um crescimento de 69 por cento e atingiu 1,62 mil milhões de dólares no final de 2012.
O relatório aponta ainda que, apesar da crise económica na Europa, os tradicionais credores de arte, como o Emigrant Bank Fine Art Finance que oferece financiamento nesta área, reforçaram a presença no mercado.
No Reino Unido, indica o documento, "o aumento das vendas russas fez renovar o interesse. O mercado de leilões de arte moderna e contemporânea russa em Londres cresceu 18 por cento, sinalizando um crescente destaque neste segmento".