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05/06/2012 - 00h00

Manoel Cavalcante de Almeida (1916-2012) - Manoel da Marinheira, um escultor alagoano

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ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Algum tempo atrás, um filho encontrou numa fazenda um tatu de Manoel Cavalcante de Almeida, seu pai. O bicho estava lá num canto, desprezado, e o filho André decidiu então comprar a escultura em madeira de volta.

Leia sobre outras mortes

É uma das poucas que a família ainda possui. A maioria das peças talhadas em jaqueira pelo mestre Manoel da Marinheira, como era conhecido, estão hoje num museu que leva seu nome na fazenda Bento Moreira, próxima à cidade de Boca da Mata (AL).

A iniciativa do museu foi do usineiro Jorge Tenório Maia, que colecionava as esculturas de Manoel e hoje possui mais de mil delas.

O escultor nasceu em Boca da Mata, que tem atualmente 25.776 moradores e está a cerca de 76 km de Maceió.

Seu pai, além de trabalhar na roça, já esculpia peças de arte sacra e, nos tempos vagos, fazia animais, como onças, leões, cachorros e gatos.

Por volta dos dez anos, Manoel interessou-se pelo ofício e, num misto de medo e vergonha, começou a talhar escondido um coelho de madeira. Descoberto pelo pai, passou a ser incentivado. Mas só viveu de sua arte mesmo depois que um fotógrafo da capital divulgou seu trabalho e o tornou popular no Estado.

Teve, ao todo, 20 filhos de dois casamentos --15 estão vivos, sendo que cinco seguem a tradição do pai. André, também escultor, afirma ter modificado um pouco o estilo do pai para se diferenciar dos muitos artistas da cidade.

Aposentado há cerca de oito anos, Manoel pegou recentemente uma gripe, que o deixou muito enfraquecido e o acabou levando à morte na segunda-feira (28), aos 95.

 

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