28/08/2015 18h23 - Atualizado em 28/08/2015 19h10

Suspeitos 'não têm medo', diz tio de menina abusada em ônibus escolar

Quatro menores são suspeitos de estupro coletivo, segundo a polícia.
Caso aconteceu em Formoso do Araguaia, na região sul do Tocantins.

Patrício ReisDo G1 TO

Meninas sofreram abuso no fundo de um ônibus escolar (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Meninas sofreram abuso no fundo de um ônibus escolar (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Os menores suspeitos de estuprarem duas meninas, uma de sete e outra de cinco anos, em Formoso do Araguaia, não têm medo da polícia e já ameaçaram a família de uma das crianças. A afirmação é do tio de uma das vítimas. Em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (28), o homem, que pediu para não ter o nome revelado, disse que a ameaça foi feita para a mãe da menina de cinco anos. "Eles disseram que não tinham medo da polícia e nem de ninguém e que era para [os parentes] ficarem calados", contou ele. Segundo a polícia, os jovens têm entre 14 e 16 anos.

Os abusos contra as crianças aconteceram no fundo de um ônibus escolar, durante o trajeto entre o assentamento Pirarucu e Formoso do Araguaia, na região sul do Tocantins.

Ainda segundo o homem, dois dos quatro menores suspeitos de participarem do estupro são irmãos. "A mãe deles disse para o conselho tutelar que ninguém dava jeito neles", contou. O homem revelou também que todos os adolescentes vivem no mesmo assentamento que as famílias das vítimas.

Procurado pelo G1, o Conselho Tutelar de Formoso do Araguaia disse que conversou com os adolescentes e com os parentes deles, mas que toda a investigação está sendo feita pela polícia e MPE. "Em momento algum eles assumiram os abusos. Hoje eu fiquei sabendo através de testemunhas que eles estão abalados e dizendo que podem pagar por algo que não fizeram", disse o conselheiro tutelar Sanderson Bezerra da Silva. Segundo ele, os adolescentes não estão frequentando a escola e serão visitados novamente.

Sobre as ameaças supostamente sofridas pela mãe da menina de cinco anos, o conselheiro disse que a mulher realmente denunciou o caso. Silva também afirmou que manteve contato com o motorista do ônibus. "Ele disse que não viu nada, mas que está sempre colaborando com as investigações." A polícia informou que uma investigação sobre o condutor pode ser aberta, para averiguar se houve negligência.

Os estupros
Segundo a Polícia Civil, os abusos aconteceram no final do mês de junho deste ano, mas o caso só foi denunciado no começo de agosto. (Veja o vídeo)

Quatro adolescentes participaram do crime, conforme a polícia. Três deles foram autuados por cometerem os estupros e o quarto por gravar os abusos em um celular.

Ainda segundo a polícia, a conjunção carnal foi confirmada por exame apenas na menina de sete anos. Na outra criança foi verificada a prática de atos libidinosos, que também é considerada estupro pela lei brasileira.

A menina de sete anos, que vivia com os avós, foi levada para a casa de parentes em Goiás para receber tratamento psicológico. "Ela vai ter acompanhamento de psicólogo. Eu quero apenas que eles sejam punidos pelo que fizeram", disse um dos parentes em entrevista à TV Anhanguera.

Internação
O Ministério Público Estadual informou nesta sexta-feira (28) que a promotoria ainda está analisando o inquérito policial. A investigação foi entregue ao MPE no dia 21, segundo a delegada Áurea Batista, responsável pelo caso. Enquanto isso, os adolescentes seguem em liberdade. O órgão não deu uma previsão para o pedido de internação dos menores para evitar o risco de fuga.

ônibus estupro tocantins (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Estupro teria acontecido dentro de ônibus escolar em Formoso do Araguaia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
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