VENEZA - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou em Veneza na tarde desta segunda-feira, onde caminhou pelo tapete vermelho com o diretor Oliver Stone, que lança na mostra o documentário ''South of the border". Centenas de pessoas, algumas delas gritando "presidente, presidente", se reuniram em frente ao Cassino para acompanhar a chegada do líder venezuelano. Chávez lançou uma flor para a multidão e pegou a câmera de um fotógrafo para tirar a própria foto.
- O que está acontecendo na América Latina é como um renascimento - disse a jornalistas o presidente venezuelano.
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No documentário, o presidente é retratado com simpatia, como um herói do povo que se recusa a ser intimidado. Originalmente uma tentativa de corrigir o que Stone vê como um tratamento injusto de Chávez pelas emissoras e jornais, "South of the border" se transformou em um projeto maior e incluiu também entrevistas com líderes de Argentina, Brasil, Equador, Bolívia, Cuba e Paraguai.
- Ele é um cara que você deveria conhecer. Ele é a estrela do filme - disse Stone antes da exibição do filme.
O diretor diz que a mídia e o governo americanos têm demonizado o presidente venezuelano e outros líderes esquerdistas sul-americanos, e também argumenta em seu novo filme que eles estão certos em enfrentar Washington.
- Eu acho que o filme mostra muito claramente o nível de estupidez no tipo de afirmações genéricas que são feitas sobre Chávez - disse o diretor em Veneza. - Mas eu não queria fazer um filme apenas sobre os ataques da mídia americana. Acho isso muito pequeno diante do que este homem representa. Ele é um grande fenômeno.
"South of the border" combina clipes de empresas de radiodifusão americanas e de comentaristas que descrevem Chávez - um deles o compara com Hitler -, além de exibir entrevistas e noticiários sobre a turbulência econômica na América do Sul durante a última década.
- Cada um desses países (Venezuela, Bolívia e Argentina) está em uma luta. A ideia que Chávez tem expressado é "vamos nos unir, vamos ficar juntos aqui, pois estamos diante de um gigante". Não é apenas contra o governo americano, no caso, mas também contra as corporações multinacionais, que são muito fortes - afirmou Stone.
Questionado sobre manifestações anti-Chávez no fim de semana em Caracas, envolvendo milhares de pessoas, Stone respondeu:
- Chávez continua sendo muito popular na Venezuela e continua sendo eleito. Sem dúvida, a melhoria social tem sido grande no país. Ainda há muitos problemas, mas tem ocorrido uma mudança maravilhosa desde 2000.