"Quero levar meu trabalho para lugares que precisem de inspiração", diz Romero Britto

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Romero Britto em seu ateliê

Um mural no Complexo do Alemão, no Rio, forma a imagem de Carmen Miranda com pastilhas de vidro. Dez quadros para um programa de assistência a grávidas, em Belo Horizonte, mostram da alegria da gravidez até o crescimento de um filho saudável em um lar feliz.

"Quero levar meu trabalho para lugares que precisem de inspiração", diz o artista plástico pernambucano Romero Britto, 46, que hoje mora nos EUA, onde administra uma empresa com 72 funcionários, mas que diz ter ainda "muitos planos para o Brasil", além desses dois que já fez neste ano.

Entre eles, estão "instalações grandiosas" em praias e em parques públicos brasileiros, como a megapirâmide que Britto fez em 2007 no Hyde Park, em Londres. "As artes têm que ir até as pessoas, porque elas cada vez têm menos tempo e dinheiro para ir a galerias e museus."

Britto diz que quer fazer a arte da inclusão, não da exclusão. "Donos de galerias falam muito em exclusividade, mas eu não gosto dessa palavra. Democratizar as artes não é um trabalho para mim, mas pelo menos vou democratizar a minha.''

Seus planos incluem tirar do papel um projeto de ampliação de sua "pequena fundação" para apoiar projetos de artes e educação, construindo um prédio que abrigue seu estúdio, galerias de exposição para jovens artistas e workshops para escolas e universidades.

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Mural com imagem de Carmen Miranda

"Meu sonho é que minha arte se torne como música para os olhos das pessoas. Quero levar alegria e esperança para pessoas que se sentem excluídas."

Britto vem de uma família humilde: "Na condição de criança pobre no Brasil, tive contato com o lado mais sombrio da humanidade. Como resultado, passei a pintar para trazer luz e cor para a minha vida e a das pessoas".

Agora, diz o artista, ele só precisa de tempo, muito tempo. "E ele passa tão rápido que estou fazendo o máximo para ir mais rápido do que ele. Nasci com um dom e quero dividi-lo com todos."