Vida

As inovações gastronômicas que prometem virar a mesa

As inovações gastronômicas que prometem virar a mesa

Carne de vaca criada em laboratório, dieta à base de insetos, pão sem farinha de trigo... e outras comidas do futuro

MARCELO MOURA
09/08/2013 - 21h49 - Atualizado 09/08/2013 22h25

>>Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:

Capa - Edição 794 (Foto: ÉPOCA)

Na segunda-feira (5), o holandês Mark Post apresentou um hambúrguer numa cozinhamontada num estúdio de TV em Londres, na Inglaterra. O escritor Josh Schonwald e a cientista Hanni Rützler, convidados a provar o hambúrguer, o acharam pouco suculento. A degustação em Londres, testemunhada por ÉPOCA, foi apenas um pequeno passo para a gastronomia. Mas pode representar um grande salto para a humanidade. O hambúrguer de Post, cientista da Universidade Maastricht, na Holanda, foi feito de 20 mil fibras musculares produzidas a partir de células-tronco, reproduzidas em laboratório. É uma carne de vaca sem vaca. 

A carne de vaca sem vaca, que Post pretende lançar no mercado em dez anos, poderá se tornar uma alternativa para evitar uma crise alimentar digna das previsões do economista britânico Thomas Malthus. No século XVIII, Malthus defendeu o controle de natalidade para evitar a fome mundial. Não foi necessário. Ganhos de produtividade no campo atenderam à explosão populacional. Hoje, a pecuária ocupa cerca de 30% das terras cultiváveis – situação que se agrava à medida que mais consumidores emergem socialmente. Segundo um relatório divulgado em maio pela Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo de carne dobrará até 2050. Para atender à demanda por proteínas, a ONU defende alternativas como o consumo de insetos. Comparado a um grilo, o hambúrguer sintético pode até ser uma opção saborosa.

Há mais experimentos em laboratório, principalmente no campo da engenharia genética, para aumentar a produção de alimentos mais nutritivos e mais resistentes a pragas. Um salmão geneticamente modificado, com mais carne, está à espera da aprovação pela Food and Drug Administration (FDA), o órgão de vigilância sanitária americano. Outro produto é o leite de vacas geneticamente modificadas, que não causa reações alérgicas. Há pesquisas também para a retirada do trigo da dieta. Todas essas inovações podem conduzir a hábitos alimentares radicalmente diferentes no futuro. O hambúrguer sintético promete revolucionar a humanidade em sua raiz mais profunda. O homem se diferenciou dos demais primatas quando passou a comer carne. Segundo a hipótese mais aceita pela ciência, a ingestão de carne, uma dieta mais rica que a baseada em frutas e folhas, permitiu a um grupo de primatas adquirir as características típicas dos humanos: cérebro avantajado e postura bípede. “Comer carne permitiu a nossos ancestrais aumentar o corpo sem perder mobilidade, agilidade ou socialização”, diz a antropóloga Katharine Milton, da Universidade Berkeley, em seu artigo Uma hipótese para explicar o papel de comer carne na evolução humana. “Essa dieta pode também ter proporcionado energia necessária à expansão do cérebro.”

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10/08/2013 - Edição 794

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